Petróleo fecha estável em meio a ventos geopolíticos contrários

Os preços do petróleo encerraram estáveis nesta terça-feira (19), em meio ao agravamento do conflito entre Ucrânia e Rússia e ao compromisso do Irã de interromper a expansão de suas reservas de urânio enriquecido.

Em Londres, o barril de tipo Brent para entrega em janeiro subiu apenas 0,01%, cotado a 73,31 dólares. Já em Nova York, o West Texas Intermediate (WTI) com vencimento em dezembro avançou 0,33%, para 69,39 dólares.

"Há duas forças opostas" no mercado, resumiu Robert Yawger, da Mizuho USA. A primeira é a escalada bélica entre Rússia e Ucrânia, que pressiona os preços do petróleo para cima.

Nesta terça, o presidente russo Vladimir Putin assinou um decreto ampliando as possibilidades de uso de armas nucleares, logo após os Estados Unidos autorizarem Kiev a atacar o território russo com seus mísseis de longo alcance.

Também nesta terça, a Ucrânia afirmou ter disparado mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos contra o território russo, iniciando uma "nova fase da guerra", segundo Moscou.

O ataque ocorreu na província fronteiriça russa Bryansk, com mísseis ATACMS, confirmou à AFP um funcionário do alto escalão ucraniano após um anúncio de Moscou.

"Essa situação eleva os preços", porque os investidores esperam que "barris russos [de petróleo bruto] desapareçam do mercado", explicou Yawger.

"Os danos que a Ucrânia poderia infligir às instalações energéticas russas nas próximas semanas podem ser consideráveis", avaliou Tamas Varga, analista da PVM.

No entanto, esse prêmio de risco foi compensado pelo anúncio do Irã sobre seu urânio.

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O Irã está tomando medidas para conter o aumento de suas reservas de urânio altamente enriquecido, indicou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em um informativo consultado pela AFP nesta terça-feira.

A agência nuclear da ONU verificou na semana passada, nas instalações nucleares de Natanz e Fordo, que "o Irã havia iniciado preparativos destinados a conter o aumento de suas reservas de urânio enriquecido a 60%", diz o texto.

Esse nível de enriquecimento se aproxima dos 90% necessários para fabricar uma bomba atômica. Teerã nega qualquer intenção de desenvolver esse tipo de armamento e afirma que seu programa nuclear tem fins civis, como geração de energia.

O Irã é um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo e está em terceiro lugar em reservas comprovadas.

Por outro lado, a produção de um campo petrolífero norueguês, que havia sido paralisada na segunda-feira, foi retomada nesta terça em dois terços de sua capacidade, o que aliviou a pressão sobre os preços.

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© Agence France-Presse

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