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ONU diz que envio de minas terrestres dos EUA para Ucrânia é 'ameaça renovada'

11.abr.2022 - Integrante da equipe de desarmamento de bombas em área onde foram descobertas minas terrestres em Kharkiv Imagem: REUTERS/Alkis Konstantinidis

25/11/2024 03h17Atualizada em 25/11/2024 08h04

O secretário-geral da ONU criticou nesta segunda-feira (25) a "ameaça renovada" das minas terrestres, pouco depois do anúncio de que o governo dos Estados Unidos fornecerá este tipo de armamento às forças ucranianas que lutam contra a invasão russa.

Desde 1997, uma convenção proíbe o uso, a produção, o armazenamento e a transferência dessas armas e exige a tomada de medidas para prevenir e remediar seus efeitos duradouros. Mais de 3/4 dos países (mais de 150, no total) do mundo aderiu ao tratado —os EUA e a Ucrânia não estão inclusos.

Em declarações enviadas a uma conferência no Camboja para avaliar o progresso em um tratado que proíbe as minas antipessoais, António Guterres enfatizou os avanços na eliminação e destruição de minas em todo o mundo.

"Mas a ameaça persiste. Isto inclui o uso renovado de minas antipessoais por alguns signatários da convenção, assim como por alguns que estão atrasados em seus compromissos de destruição destas armas", acrescentou o secretário-geral em um comunicado.

Guterres fez um apelo aos 164 signatários para que "cumpram suas obrigações e assegurem o cumprimento da convenção", assinada pela Ucrânia, mas não pelos Estados Unidos e pela Rússia.

As declarações de Guterres foram lidas no Camboja pela subsecretária-geral da ONU, Armida Salsiah Alisjahbana.

A AFP procurou o gabinete da subsecretária para saber se as declarações visavam especificamente a Ucrânia, mas não recebeu resposta até o momento.

Washington anunciou na semana passada o envio de minas terrestres à Ucrânia, o que provocou críticas dos ativistas dos direitos humanos.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que as minas são "muito importantes" para frear os ataques russos.

A conferência acontece no Camboja, um dos países mais bombardeados e com minas do mundo após três décadas de guerra civil desde os anos 1960.

Quase 20.000 pessoas morreram no Camboja desde 1979 vítimas de minas terrestres ou dispositivos que não foram detonados. Mais de 40.000 ficaram feridas.

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