El Salvador espera capturar 8 mil membros de gangues que ainda estão livres

As autoridades de El Salvador afirmaram na terça-feira (3) que cerca de 8 mil membros de gangues ainda precisam ser capturados e estão sendo procurados em território nacional, em países vizinhos, no México e nos Estados Unidos, como parte da "guerra" contra as gangues conduzida pelo governo de Nayib Bukele.

"Aproximadamente 8 mil membros [de gangues] ainda precisam ser capturados", de acordo com estimativas do serviço de inteligência, declarou o ministro da Justiça e Segurança, Gustavo Villatoro, em um encontro com correspondentes de meios de comunicação estrangeiros.

A maioria desses indivíduos são "homeboys" (membros de gangues que passaram por violentas cerimônias de iniciação), e a polícia está realizando uma operação de "varredura" para localizá-los, afirmou Villatoro.

"Esse estado paralelo criminoso ao qual estamos enfrentando está completamente destruído. Obviamente, ainda há remanescentes, há membros homeboys", e esses "mais de 8 mil alvos" estão na mira das forças de segurança "para serem levados à justiça", acrescentou o ministro.

Em resposta a uma escalada de homicídios, Bukele implementou, em março de 2022, um regime de exceção que permite prisões sem mandado judicial. Sob essa medida, cerca de 83 mil pessoas foram detidas até agora.

Bukele afirmou em 12 de novembro que, do total de detidos sob o regime de exceção, cerca de 8 mil inocentes foram libertados, embora, segundo o procurador-geral Rodolfo Delgado, "eles estão [em liberdade] com medidas cautelares" enquanto seus processos continuam.

A Anistia Internacional, a Human Rights Watch e outras ONGs locais denunciam que o regime de exceção resultou em milhares de "prisões arbitrárias" e mais de 300 mortes sob custódia estatal.

No domingo, Bukele anunciou que as medidas de segurança poderiam ser "relaxadas" em breve, algo que, segundo o ministro Gustavo Villatoro, está em avaliação.

As gangues, às quais o governo atribui cerca de 125 mil mortes ao longo de três décadas, operavam em 90% do território salvadorenho e arrecadavam cerca de US$ 2 bilhões (R$ 12 bilhões, cotação atual) por ano por meio de extorsões e outras atividades, explicou Villatoro.

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Bukele destacou que El Salvador deixou de ser o país sem guerra mais violento do mundo, com uma taxa de 105 homicídios por 100 mil habitantes em 2015, para se tornar o "mais seguro do hemisfério ocidental".

O governo projeta uma taxa de 1,8 homicídios por 100 mil habitantes em 2024.

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© Agence France-Presse

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