Espanha prende 7 suspeitos de matarem 4 migrantes que viajavam rumo às Ilhas Canárias

A polícia espanhola anunciou, neste domingo (29), que prendeu sete contrabandistas suspeitos de matarem quatro migrantes durante uma travessia em novembro, antes que sua embarcação chegasse à ilha de El Hierro, nas Ilhas Canárias.

As sete pessoas foram detidas enquanto estavam em um centro de acolhimento de emergência na ilha de Tenerife, conforme informou a Guarda Civil em um comunicado.

A investigação começou a partir dos depoimentos dos ocupantes do caiaque, que descreveram a travessia como "um autêntico pesadelo".

As autoridades determinaram que "a embarcação havia partido inicialmente da Gâmbia e fez uma parada na ilha senegalesa de Bassoul, onde a maioria dos ocupantes embarcou".

Após três dias de navegação, "três dos chefes, responsáveis por manter a ordem dentro da embarcação, decidiram tomar represálias contra vários migrantes", precisou a Guarda Civil.

O motivo desses assassinatos, segundo a Guarda Civil, é que "um dos ocupantes, possivelmente abalado pela dureza da viagem, teve um episódio de desorientação, provocando os três chefes, que o culparam pelo infortúnio da travessia, agredindo a ele e aos que o defendiam com severas surras".

"Como castigo, supostamente decidiram assassinar quatro deles para aterrorizar o restante dos migrantes do caiaque", indicou a polícia espanhola.

A Espanha é uma das três principais portas de entrada da imigração para a Europa, junto com a Itália e a Grécia.

Desde o início do ano, 60.216 migrantes entraram ilegalmente na Espanha por mar ou terra, segundo as autoridades, que contabilizaram muitas mortes durante as travessias.

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Mais de 10.400 migrantes morreram ou desapareceram no mar tentando chegar à Espanha em 2024, de acordo com um relatório publicado na quinta-feira pela ONG espanhola Caminando Fronteras. 

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© Agence France-Presse

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