ONU: crise dos refugiados exige aumento significativo da solidariedade mundial
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, declarou hoje (30) em Genebra que a crise dos refugiados sírios exige "uma subida exponencial da solidariedade mundial". Ele falou na abertura de uma conferência visando a encontrar países de acolhimento.
"Estamos aqui para responder à maior crise de refugiados e deslocados do nosso tempo", disse Ban Ki-moon. "Isso exige uma subida exponencial da solidariedade mundial".
Segundo ele, pelo menos 480 mil sírios, ou seja, 10% dos refugiados e deslocados que saíram da Síria por causa do conflito, precisam encontrar um país de acolhimento nos próximos três anos.
"Os vizinhos da Síria deram provas de uma hospitalidade excepcional", disse o secretário. Ele lembrou que o Líbano acolheu mais de 1 milhão de sírios, a Turquia mais de 2,7 milhões e a Jordânia mais de 600 mil.
De acordo com relatório divulgado nessa terça-feira (29) pela organização não governamental britânica Oxfam, os países ricos reinstalaram 67.100 refugiados sírios, ou seja, 1,39% do total.
"Quando é bem gerido, o acolhimento de refugiados constitui ganho para todos", destacou Ban Ki-moon. Os refugiados "trazem novas competências e novas experiências a uma mão de obra envelhecida. As tentativas visando a transformá-los em diabos não só são ofensivas como incorretas", acrescentou.
O secretário lembrou ainda que as Nações Unidas procuram encontrar uma solução política para o conflito, que entrou em seu sexto ano e já deixou mais de 270 mil mortos.
"Enquanto esperamos que as negociações deem frutos, o povo sírio e a região enfrentam uma situação desesperada", afirmou. "O mundo deve avançar com ações e compromissos concretos. Todos os países podem fazer mais", completou.
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