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Moro pede a empresa de auditoria informações sobre atuação de Lula na Petrobras

André Richter - Repórter da Agência Brasil

26/04/2017 20h27

O juiz federal Sérgio Moro pediu a KPMG, atual empresa responsável pela auditoria na Petrobras, envie em 30 dias informações se ao auditar as contas da estatal identificou "algum ato de corrupção ou ato ilícito" envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação fará parte do processo que envolve o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-presidente Lula na Operação Lava Jato. O despacho de Moro foi proferido ontem (25). Moro já havia feito o mesmo pedido a outras duas empresas que trabalharam na auditoria das contas da Petrobras, que deverão informar ao juiz se foram encontradas irregularidades envolvendo Lula. O pedido de envio das informações foi feito pela defesa do ex-presidente dentro do processo. E o juiz Moro fez a solicitação formal às empresas. Uma das primeiras a enviar as informações ao juiz foi a empresa PricewaterhouseCoopers, que concluiu que "não foram identificados" atos de corrupção praticados por Lula na Petrobras. De acordo com ofício, "não foram identificados ou trazidos ao nosso conhecimento atos de corrupção ou atos ilícitos com a participação do ex-presidente, no período entre 2012 e 2016", conforme a defesa de Lula divulgou no início da semana. Em nota, a empresa de auditoria informou hoje (26) que os dados foram encaminhados ao juiz Sérgio Moro e que não recebeu nenhum tipo de solicitação dos advogados do ex-presidente.  A Ernest & Young informou que auditou as contas da Petrobras entre 2003 e 2005 e, como a condução das atividades empresariais da estatal não foi fiscalizada, não pode responder sobre a eventual participação do ex-presidente. Processo Na ação penal, Lula e o ex-ministro Antonio Palocci são acusados de ter conhecimento do repasse de dinheiro de caixa 2 pela Odebrecht ao PT. Segundo o empresário Marcelo Odebrecht, um dos delatores da Lava Jato, Palocci era responsável pela indicação de pagamentos que deveriam ser feitos a campanhas políticas. Segundo o empreiteiro, os recursos eram depositados em um conta informal que o partido mantinha com a empreiteira em troca de favorecimentos. Em depoimento recente perante o juiz Sérgio Moro, o empreiteiro disse que os fatos ocorreram quando Lula já tinha deixado a Presidência da República. Durante o depoimento, Marcelo Odebrecht disse que Lula nunca pediu recursos diretamente a ele e que os repasses tinham sido combinados com Palocci. Defesa Após o depoimento, os advogados de Lula afirmaram que os delatores não apresentaram provas contra o ex-presidente e que o objetivo das denúncias é manchar a imagem e comprometer a reputação de Lula. Os advogados de Palocci afirmaram que o ex-ministro nunca solicitou vantagens indevidas para campanhas do PT. Palocci disse ao juiiz Sérgio Moro, na semana passada, que não fez operações de caixa 2 para o PT e mostrou-se disposto a colaborar com as investigações e apresentar "nomes, endereços e operações realizadas", que podem render mais "um ano de trabalho" à Lava Jato.