Relatório final de CPI propõe autonomia financeira do Condepe paulista
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a Operação Ethos e o Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), na Assembleia Legislativa de São Paulo, aprovou hoje (16), por seis votos a um, o relatório final proposto pelo relator da CPI, o deputado Coronel Camilo (PSD). O único voto contrário foi da deputada Beth Sahão (PT), que apresentou um parecer alternativo. Entre as sugestões aprovadas no relatório final estão a criação de um órgão interno de controle, autonomia financeira e descentralização regional do Condepe. A CPI foi criada em outubro do ano passado como resultado da Operação Ethos, deflagrada no dia 22 de novembro de 2016, que prendeu 54 pessoas, entre membros do PCC e advogados que atuavam em colaboração com o PCC. Entre os presos, estava o então vice-presidente do Condepe, Luiz Carlos dos Santos, acusado de receber uma mesada mensal de R$ 5 mil para "plantar" denúncias de violação de direitos humanos com o intuito de gerar desestabilização na segurança do estado de São Paulo. O deputado Coronel Camilo distinguiu a atuação do Condepe da atividade criminosa do então vice-presidente. "A primeira conclusão importante é que o Condepe é um órgão extremamente importante para garantir os direitos humanos na sociedade brasileira e paulista. Segundo: ele precisa ser repensado porque o fato aconteceu dentro do Condepe. Terceiro: identificamos que não foi o Condepe como instituição que provocou todo esse problema que percebemos. Foi, sim, um membro do Condepe, usando o poder de ser vice-presidente do órgão", disse Camilo, em entrevista à Agência Brasil. Como forma de repensar o Condepe, o coronel Camilo sugeriu que o órgão crie alguma forma para fazer uma triagem de seus integrantes. "Ou seja, não poder participar do Conselho quem tenha algum tipo de envolvimento com o crime. O mais agressor dos direitos humanos é o crime", disse ele. O deputado sugere também que o Condepe tenha um órgão interno - ouvidoria, auditoria ou corregedoria - para que "ele faça, periodicamente, uma checagem do seu trabalho, de quem está lá trabalhando" e que preste contas de suas ações. "Hoje ele não presta contas para ninguém", disse. Outras sugestões apresentadas pelo relator é de encaminhar sugestão ao governo estadual para que se dê autonomia financeira ao Condepe. "Isso não existe hoje. Ele depende da Secretaria de Justiça. A ideia é que o conselho tenha uma rubrica separada no Orçamento com verba para ter uma estrutura maior e, dentro dessa estrutura, criar uma auditoria. E, por último, descentralizar o Condepe. Hoje, quem precisa do Condepe, precisa vir para a capital. A ideia seria que ele tivesse estruturas regionais", ressaltou o deputado.
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