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Operação Midas prende mais 2 mil pessoas em ações pelo país

27/09/2018 20h04

A Operação Midas, a terceira coordenada pelo Sistema Único de Segurança Pública (Susp), cumpriu 901 mandados de busca e apreensão em 25 estados e no Distrito Federal. Ao todo, foram presas 2.743 pessoas, dos quais 164 adolescentes, que foram apreendidos. A operação recolheu 160 armas em dois dias de atividades, das quais participaram 10.249 policiais civis. 
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann - Arquivo/Agência Brasil
"Ao tirar 2.743 criminosos que cometeram, estavam para cometer e, às vezes, já tinham cometido diversos outros crimes, [a polícia] evidentemente combate a violência e amplia a percepção de segurança das pessoas", afirmou o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. A operação também recuperou 103 veículos roubados. O ministro ressaltou que o combate aos assaltos às agências bancárias e caixas eletrônicos inibe o financiamento de outros crimes. De acordo com ministro, até o fim do ano, a pasta deve articular mais três operações nacionais integradas de combate à criminalidade.  "Nós estaremos em breve fechando um acordo com a Febraban [Federação Brasileira de Bancos], que reúne todos os bancos brasileiros, para, conjuntamente, a partir de informações que vêm dos próprios bancos e da inteligência, avançarmos no sentido de combater esse crime que é, sem sombra de dúvida, base e gera recursos de giro para outros crimes e, por isso mesmo, tem que ter prioridade no seu combate", afirmou Jungmann.  Segundo o presidente do Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil, delegado Emerson Wendt, uma investigação prévia em Goiás levou à apreensão de 33.495 comprimidos de ecstasy, avaliada em mais de R$ 500 mil. "Embora seja de pequeno valor em termos de volume, é de grande valor pelo significado: a venda desse tipo de droga", disse Wendt.

"Em vários estados há, também, a correlação do crime patrimonial com o tráfico de drogas, uma relação que não se via 20 anos atrás justamente porque esses grupos acabam atuando de maneira organizada, faccionada, fazendo com que um delito fomente o outro", completou.  Intervenção no Rio Em entrevista exclusiva à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o presidente Michel Temer admitiu nesta terça-feira (25) suspender, provisoriamente ou definitivamente, a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro para votar a reforma da Previdência ainda neste ano. Segundo Jungmann, essa decisão só deve ser tomada após as eleições deste ano. "Nenhuma decisão virá a ser tomada antes do primeiro e do segundo turno [das eleições]. Então, qualquer decisão sobre essas conversas e estudos que o presidente está fazendo só vamos ter a partir do segundo turno das eleições presidenciais", afirmou.  Para o ministro, não deve haver impacto nos resultados da intervenção. caso seja mantida a estrutura de Garantia da Lei e da Ordem. bem como o papel das Forças Armadas no estado do Rio de Janeiro.  "Se houver a decisão de votar algo muito importante, que é a Previdência, eu acredito que, se nós permanecermos com a GLO, que é tocada pelas Forças Armadas, e se o planejamento em que aqueles que estão nos cargos permanecerem pelo menos até o fim do ano, não teremos nenhum prejuízo [na intervenção federal]", disse.  A proposta de reforma da Previdência já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e foi aprovada pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados, criada para tratar do tema, em maio de 2017, mas sua tramitação foi interrompida quando o governo decretou a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. A Constituição Federal não permite que sejam feitas emendas ao seu texto enquanto ocorrem intervenções.