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Bolsonaro criará conselho para revisar demarcações indígenas

10.dez.2015 - Indígenas de diversas etnias protestam em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília (DF), contra a aprovação da PEC 215 em Comissão Especial da Câmera dos Deputados. A PEC altera as regras para demarcação de terras indígenas e retira do governo federal a autonomia para demarcar espaços de uso das comunidades de índios - Marcelo Camargo/Agência Brasil
10.dez.2015 - Indígenas de diversas etnias protestam em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília (DF), contra a aprovação da PEC 215 em Comissão Especial da Câmera dos Deputados. A PEC altera as regras para demarcação de terras indígenas e retira do governo federal a autonomia para demarcar espaços de uso das comunidades de índios Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

09/01/2019 10h55

O governo iniciou a revisão da política de demarcações de terras indígenas. A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, se reuniu com os ministros Augusto Heleno (Segurança Insitucional), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).

Eles trataram sobre a criação de conselho interministerial que vai analisar demarcação fundiária em caso de terra indígena por meio de decreto presidencial.

A reunião foi ontem (8) à tarde. De acordo com a Fundação Nacional do Índio, atualmente existem 462 terras indígenas regularizadas em todo o país.

Essas áreas totalizam mais de 1 milhão de quilômetros quadrados (maior que a área do estado de Mato Grosso) e equivalem a de 12,2% do território nacional. Pouco mais de 50% das áreas estão localizadas na Amazônia Legal (54%).

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende que o governo adote novos critérios para a demarcação de terras indígenas. Há relatos de que as atuais normas geram insegurança jurídica por causa do marco temporal de reconhecimento de terras como remanescentes de indígenas e das condicionantes estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2009, no julgamento da demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol, ao noroeste de Roraima.

Conforme o Artigo 21º da Medida Provisória 870/2019, de 1º de janeiro, sobre a organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos ministérios, compete ao Mapa "reforma agrária, regularização fundiária de áreas rurais, Amazônia Legal, terras indígenas e quilombolas".

Para o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Igreja Católica, o ideal é manter a demarcação de terras indígenas da Funai, sem transferência da atribuição para o Ministério da Agricultura, preservando o Artigo 6º da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), subscrito pelo Brasil.