CNBB afirma que papa Francisco acolheu pedido de canonização de Anchieta
O cardeal-arcebispo de Aparecida, no Vale do Paraíba (SP), e presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Raymundo Damasceno Assis, afirmou nesta quarta-feira (18) que o beato José de Anchieta poderá ser canonizado em 2014.
"Eu tive a honra e a alegria de receber um telefonema pessoal do Santo Padre para dizer, justamente, que acolhia positivamente o pedido de canonização", disse. O Apóstolo do Brasil já havia sido beatificado pelo papa João Paulo 2º, em Roma, em 22 de junho de 1980.
A resposta, de acordo com dom Raymundo, contempla um pedido enviado recentemente a Francisco pela CNBB para que fosse avaliada a possibilidade de canonização "deste santo tão importante em terras brasileiras". A data da canonização ainda não está definida, mas pode ser que ocorra ainda em 2014.
"Ao responder positivamente, o papa nos enche de alegria e satisfação, principalmente nos locais por onde ele passou: São Paulo, Espírito Santo e Bahia. Ele é uma pessoa que marcou a nossa história desde o início", afirmou o arcebispo.
Anchieta ficou conhecido como o "Apóstolo do Brasil", pois, de acordo com dom Raymundo, "foi um grande missionário, que merece ser colocado como modelo de seguimento do Evangelho".
O beato, que nasceu em Tenerife, nas Ilhas Canárias (Espanha), em 19 de março de 1534, chegou ao Brasil em 1551 e ainda noviço, em 25 de janeiro de 1554, participou da fundação da Vila de Piratininga, berço da futura metrópole de São Paulo, no atual Pateo do Collegio.
Paz e fraternidade
Dom Raymundo, que estava acompanhado do bispo-auxiliar de Aparecida, dom Darci José Nicioli, comentou também a mensagem de Francisco para 1º de janeiro, quando se comemora também o Dia Mundial da Paz, instituído pelo papa Paulo 6º, em 1968. "A paz só pode começar quando eu conseguir ver no outro um irmão, igual a mim, criado à imagem de Deus e resgatado pelo sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Enquanto não se tem essa visão do outro, fica difícil a paz", afirmou, ao se referir ao tema deste ano: "Fraternidade, Fundamentos e Caminhos para a Paz".
Outra questão abordada pelo arcebispo de Aparecida foi a Campanha da Fraternidade de 2014, cujo tema "Fraternidade e Tráfico Humano", foi destacado como um "itinerário" para a libertação pessoal, comunitária e social.
"Pessoas são violentadas na sua liberdade, muitas vezes por razões econômicas", disse. De acordo com dom Raymundo, "o tráfico humano certamente é fruto da cultura que vivemos e a campanha, ao trazer luz para esse verdadeiro drama humano, deseja despertar a sensibilidade de todas as pessoas de boa vontade". "A cultura do bem estar individual nos torna insensíveis ao grito dos outros."
Dom Raymundo afirmou que essa cultura leva as pessoas a se sentirem como "bolhas de sabão", que são bonitas, "mas não são nada, são pura ilusão" e cultivam a indiferença. "Caímos na globalização da indiferença", disse.
Família
O presidente da CNBB se referiu também à assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, a realizar-se de 5 a 19 de outubro, com o tema "Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização". É o mesmo assunto da assembleia ordinária a realizar-se em 2015, mas terá como foco os desafios pastorais para a evangelização relacionados com a família.
O tema é motivo de uma pesquisa nas paróquias e dioceses, com questões relacionadas à família. "O papa e os bispos querem conhecer a realidade da família para encontrar respostas, à luz do Evangelho e dos documentos da Igreja, para as situações concretas que estamos vivendo no mundo de hoje. A Igreja não pode fechar os olhos para essa realidade", afirmou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.