Juscelino, ex-assessor de Palocci, pede a Moro liberdade
Dourado está preso desde segunda-feira, 26, quando a 35ª operação da Lava Jato foi deflagrada pela Polícia Federal. Palocci, alvo principal da Omertà, também foi preso. O prazo da temporária é de cinco dias. O juiz Moro pode estender o prazo ou, ainda, converter em regime preventivo, quando não há previsão de término do encarceramento.
Dourado foi homem de confiança de Palocci desde os tempos em que o petista ocupou o cargo de prefeito de Ribeirão Preto (SP). Os investigadores da Omertà suspeitam que ele tenha participado diretamente do suposto esquema de repasses da empreiteira Odebrecht que totalizaram R$ 128 milhões, entre 2008 e 2013, para Palocci e para o PT.
Nesta quarta-feira, 28, Dourado depôs na Polícia Federal em Curitiba, base da Lava Jato. Os investigadores questionaram o gestor ambiental sobre planilhas que, segundo Omertà, indicam o trânsito de propinas. Perguntaram, ainda, sobre as relações dele com Palocci e as atividades que executou depois que saiu do Ministério da Fazenda. Ele afirmou que nunca recebeu "qualquer valor" oriundo do suposto esquema revelado pela Omertà.
Segundo o criminalista Cristiano Maronna, que defende Juscelino Dourado, ele esclareceu à PF que, desde o primeiro semestre de 2005, quando pediu exoneração do cargo de chefe de gabinete de Palocci na Fazenda, "não exerceu mais nenhum cargo público".
"O Juscelino destacou que, desde aquela época, não manteve nenhuma espécie de relação com Palocci ou com qualquer pessoa relacionada ao PT", observou Maronna. "Tocou a vida dele sem qualquer envolvimento com nenhuma dessas pessoas citadas (na Omertà). Desde então, vem se dedicando a outras questões sem vinculação política. Ele é gestor ambiental, tem projetos pessoais", disse.
Na petição a Moro, por meio da qual pede que não seja prorrogada a temporária e nem decretada preventiva, o advogado apresenta como argumento a "desnecessidade" da manutenção de Dourado na prisão. "(Juscelino) tem endereço fixo, ocupação lícita", assinala Cristiano Maronna. "Os fatos (narrados pela Omertà) ocorreram há muitos anos. A prisão cautelar não se mostra necessária. Como a regra é a liberdade durante a investigação estamos pedindo ao juiz Sérgio Moro a revogação da temporária", afirmou.
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