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Último debate antes do 1º turno começa com críticas à gestão Haddad

29/09/2016 23h41

São Paulo - A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) foi o principal alvo de críticas no primeiro bloco do último debate na TV entre candidatos a prefeito de São Paulo antes do primeiro turno das eleições municipais, transmitido pela Globo. O petista, que está em quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto, oscilou para cima nos últimos levantamentos e empatou tecnicamente com Marta Suplicy (PMDB).

Logo no primeiro confronto, Marta e João Doria (PSDB) dividiram críticas à administração petista na área da saúde e em outros projetos na periferia da cidade. "Não é justo que mais de 500 mil pessoas estejam esperando exames", afirmou o tucano, dizendo que saúde será a prioridade em sua gestão, se eleito.

Marta disse que vai entregar as unidades que Haddad prometeu e não fez. A candidata falou que irá fazer 14 Centros de Educação Unificados (CEUs), estender horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) até as 23 horas e colocar remédios em todos os postos num prazo de 30 dias.

Major Olimpio (SD), em resposta a João Doria, falou que não basta ter projeto se não houver recursos na saúde. "Vamos ter dificuldades muito grandes, não dá para iludir neste momento. O plano orçamentário será 9% menor no ano que vem", destacou.

Em uma questão envolvendo o deputado federal Celso Russomanno (PRB) e a também deputada Luiza Erundina (PSOL), os dois apontaram a falta de acessibilidade das pessoas com deficiência na cidade. "A cidade não é acessível e isso começa na escola", apontou Russomanno. Erundina falou que daria atenção "particularíssima" para que as pessoas tenham direito adquirido e que respeitará a autonomia das pessoas com deficiência.

De frente ao prefeito Haddad, Russomanno perguntou por que ele não teria reduziu as alíquotas de ISS para incentivar a instalação de empresas na cidade. "Você está desinformado. A zona leste é incentivada, as empresas que se oferecem para ir para lá não pagam ISS e IPTU", rebateu o petista. Falando sobre melhorias no transporte público, o prefeito prometeu ampliar a modernização dos ônibus. Russomanno, por sua vez, falou que isso era importante, mas também é preciso garantir a descentralização dos bairros, incentivando a economia local.

O prefeito foi pressionado por Major Olimpio com uma acusação de que teria recebido R$ 3 milhões de Ricardo Pessoa, da empreiteira UTC, para a campanha de 2012. "Toda documentação referente à minha campanha já foi encaminhada para a Justiça Eleitoral, que aprovou as contas sem ressalvas", respondeu Haddad. Ele lembrou que o único caso de corrupção na sua gestão ocorreu no Theatro Municipal e disse que R$ 330 milhões foram bloqueados em bens e os servidores envolvidos que estão afastados. O petista disse que recuperou recursos desviados do projeto Água Espraiada, nas gestões Maluf-Pita, e da Máfia do ISS, das gestões Serra-Kassab. "Corrupção do PT se chama recursos não contabilizados", criticou Olimpio.

Tema nacional

Luiza Erundina, em pergunta à senadora Marta Suplicy, criticou a medida provisória editada pelo presidente Michel Temer que alterou o currículo do ensino médio. Marta afirmou que a proposta havia sido discutida no Congresso, embora tenha faltado debate popular, e que a medida estava "na direção correta".

"(A medida) não foi suficientemente discutida, não chegou à Câmara dos Deputados muito menos à sociedade. Acho estranho que você tenha essa posição", argumentou Erundina. Marta respondeu que a proposta terá tempo para discussão e participação popular: "Do jeito que está (o currículo do ensino médio), não dá mais, os estudantes não aprendem." (Daniel Weterman e Gustavo Porto)