Temer passa por sua crise mais aguda após denúncia de Calero, diz NYT
Um novo escândalo de corrupção envolveu o governo "incipiente" do presidente do Brasil, Michel Temer, destaca o jornal "The New York Times" nesta sexta-feira (25) em reportagem sobre a saída do ministro da Cultura, Marcelo Calero, e a denúncia feita por ele ma véspera à Polícia Federal --de que sofreu pressão de Temer para ajudar um aliado do peemedebista.
Na medida em que a classe política brasileira se recupera de um período de "turbulência extraordinária" em Brasília, o maior jornal dos EUA ressalta que Temer enfrenta o que se desenha ser sua mais aguda crise desde que assumiu o poder, há seis meses, após o impeachment de Dilma Rousseff.
Calero disse em depoimento à PF que Temer o "enquadrou" para que achasse uma solução para uma obra imobiliária de interesse do ministro Geddel Vieira Lima.
O NYT menciona que líderes da oposição articulavam na noite de ontem em Brasília o pedido de impeachment de Temer por conta das acusações de Calero. O Planalto reconheceu que o presidente discutiu o assunto com o ex-ministro da Cultura, mais agiu apenas de forma "técnica" para solucionar a questão, diz a reportagem.
"Relatos de que Calero secretamente gravou as conversas com Temer chocaram a classe política, abrindo a possibilidade de que a Suprema Corte (o STF) possa começar uma investigação", ressalta o Times.
A reportagem do jornal norte-americano cita um trecho da coluna do jornalista do jornal "O Estado de S. Paulo" José Roberto Toledo que menciona que se essas gravações mostrarem que Temer agiu para beneficiar interesses privados, "a presidência de Temer acabou".
O caso ocorre num momento em que o Congresso assolado por escândalos tenta anistiar os legisladores de casos de corrupção no financiamento de campanhas, destaca o NYT. O jornal lembra ainda que o próprio Temer foi considerado culpado em violar limites de financiamento de campanha.
Além das denúncias de Calero envolvendo Temer, o Times ressalta que o partido do presidente, o PMDB, está sob pressão, na medida em que duas figuras importantes da legenda, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, foram presas recentemente.
"Sinalizando potencial para ainda mais turbulência, a pressão está crescendo para outro líder do PMDB, o presidente do Senado, Renan Calheiros, que é alvo de múltiplas denúncias de corrupção".
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