Em protesto, grupo cerca deputada Cidinha Campos em restaurante ao lado da Alerj
Em novo protesto contra o pacote de austeridade anunciado pelo governo fluminense no início do mês, cujas medidas tramitam na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), um grupo de manifestantes encurralou a deputada estadual Cidinha Campos (PDT) enquanto ela almoçava, nesta terça-feira (29).
O pacote de ajuste incluía, originalmente, corte de gastos, elevação de impostos e extinção de programas sociais. Por causa do congelamento de salários e elevação da contribuição previdenciária, sindicatos e associações de servidores públicos têm organizado protestos contrários desde o primeiro dia útil após seu anúncio.
Ainda assim, a Alerj manteve o cronograma de tramitação --as votações deverão começar no dia 6.
No protesto desta terça, houve confrontos entre manifestantes e policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que usaram bombas de efeito moral e gás. A deputada Cidinha foi vítima de um grupo alertado por manifestantes que estavam no alto do carro de som do protesto --foi falado aos microfones que Cidinha estaria "bebendo champanhe" num bistrô ao lado da Alerj.
O grupo, exaltado e usando apitos e buzinas, entrou no estabelecimento, cercou sua mesa e a xingou de "ladra". Outro grupo ficou do lado de fora e colocou uma caçamba de lixo para bloquear a sua saída. "Joga ela (sic) no lixo!", gritavam.
Cidinha foi cobrada por ter visitado o ex-governador Sergio Cabral (PMDB) na cadeia na semana passada - ele está preso em Bangu 8 há 12 dias, na Operação Calicute, um desdobramento da Lava Jato. A deputada teve de ser escoltada por seguranças.
Já dentro da Alerj, bebendo um copo d’água para se acalmar, Cidinha disse a jornalistas que os manifestantes eram militantes do PSOL, partido que faz oposição ao governo e ao pacote. "Eu nunca votei contra servidor, mas a cambada do PSOL foi me cercar dentro de um restaurante. Por quê? E quanto a visitar o Cabral, ninguém vai me impedir de visitar um amigo que estiver na pior", disse.
Cidinha interpelou o deputado Marcelo Freixo (PSOL), que, mais tarde, disse que não era possível tachar os manifestantes de militantes do PSOL. "Se fossem, ia divergir completamente. Sou contra a violência", afirmou Freixo.
Passada a confusão, os deputados da Alerj derrubaram a extinção do Aluguel Social, programa que paga aluguel temporariamente para famílias que perderam a moradia. Ele seria encerrado em junho de 2017, economizando R$ 74,1 milhões ao ano. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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