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'Tem se usado para qualquer coisa', alerta professora

10.jan.2017 - Policiais da Força Nacional desembarcam em Manaus, um dos palcos da crise do sistema prisional no país - Edmar Barros/Futura Press/Estadão Conteúdo
10.jan.2017 - Policiais da Força Nacional desembarcam em Manaus, um dos palcos da crise do sistema prisional no país Imagem: Edmar Barros/Futura Press/Estadão Conteúdo

13/01/2017 07h29

Entrevista com a professora da Universidade Federal Fluminense Jacqueline Muniz.

Qual a eficácia da Força Nacional em ações prolongadas?

Ela é um suporte. Por isso, a natureza da Força Nacional prevê o emprego de forma provisória, interina, pontual. O alcance dos seus resultados será também pontual e limitado no tempo e no espaço.

Os Estados do Norte têm recorrido mais a esse apoio. O que ajuda a entender isso?

A crise se mostrou de forma acentuada agora sobretudo no Norte, onde a capacidade de investimento em segurança pública, sistema prisional e política criminal é mais baixa. Faltam recursos. Isso porque a administração não tem como fazer crescer o efetivo policial em curto, médio ou longo prazo, e não tem como fazer melhorias substantivas no sistema de segurança pública.

O uso da tropa tem sido o mais adequado?

Tem se usado muito e para qualquer coisa. Quando o Estado está em uma situação de penúria, espera que a tropa chegue e ali fique. Agora, o que cem integrantes podem fazer para mudar a realidade local? O impacto na cobertura populacional e territorial é baixíssimo. Vinte fulanos patrulhando não representam nem um destacamento policial, quiçá uma companhia.

As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".