Última escola a desfilar, Beija-Flor traz o romance "Iracema"
O livro narra a história de amor da índia Iracema com o branco português Martim, união contestada pela tribo dela, mas que acabou resultando em Moacir, o primeiro mameluco (mestiço de índio e branco) brasileiro.
Para contar esse romance, a Beija-Flor inovou: numa iniciativa de Laíla, diretor de Carnaval e Harmonia, a escola não dividiu seus componentes em alas. Foram mantidas apenas as alas obrigatórias segundo o regulamento, como a das baianas. Os demais integrantes da escola foram distribuídos de forma a compor seis cenas, intercaladas por grupos que ajudavam a contar a história. Os participantes de cada cena interagiam entre si, interpretando personagens para narrar episódios da vida de Iracema.
Aparentemente a inovação deu certo - a escola desfilou compacta e a sequência de cenas era de fácil compreensão. As fantasias eram repetitivas, mas luxuosas e bem acabadas, assim como os carros alegóricos. O samba é bom, mas tem uma letra cheia de termos indígenas difíceis de pronunciar - por isso, o público só se empolgava num trecho do refrão: "A jandaia cantou no alto da palmeira / o nome de Iracema". Outro motivo da falta de empolgação da plateia foi a hora do desfile, atrasado em função do acidente com o último carro da Paraíso do Tuiti. Quando a Beija-Flor terminou o desfile já eram 6h45, a segunda-feira havia amanhecido e era muito comum flagrar pessoas da arquibancada bocejando ou quase dormindo.
A empolgação do público, porém, não é quesito avaliado pelos jurados, daí a expectativa de que a Beija-Flor retorne no desfile das campeãs - não será zebra se conquistar o título. Ao final, Laíla reclamou da disposição dos microfones sobre os instrumentos da bateria, mas elogiou o desempenho da escola: "Se não houvessem colocado microfones sobre os tamborins ficaria melhor. Mas fizemos nossa parte, e acho que somos candidatos ao título", avaliou.
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