Odebrecht diz que empresa foi "parceira leal" de Dilma em "missões"
A documentação entregue pela Odebrecht no acordo de delação premiada inclui um e-mail do herdeiro do grupo, Marcelo Odebrecht, a executivos da empreiteira com o intuito de afinar os discursos nas negociações com representantes do governo federal.
No e-mail, Marcelo diz que a Odebrecht estava sendo uma "parceira leal" do governo - na época, ainda no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff - assumindo "diversas missões", mas uma parte dos compromissos assumidos "pela outra parte" não estava sendo cumprida.
O e-mail foi enviado em agosto de 2014, já com a Lava Jato em curso. Marcelo tentava, nessa época, evitar o pagamento de parte de valor acordado com o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, para compra de apoio de legendas à chapa que elegeu Dilma naquele ano. Em relato ao Ministério Público, no entanto, ele revela que não conseguiu segurar o pagamento, que foi feito.
No e-mail, Marcelo diz que a empresa estava encontrando "enormes dificuldades" na liberação dos financiamentos prometidos à empresa e se queixa de "falta de parceria (e mesmo certos ataques deliberados)" do governo para com a Odebrecht.
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Ele lista 11 áreas em que a empresa se colocou em obras ou investimentos de interesse do governo, mas estava em dificuldades ou não contava mais com apoio do Poder Executivo, como as arenas da Copa.
Marcelo narra "o ocorrido na construção e concessão de 3 estádios de futebol para governos estaduais aliados (BA, RJ e PE) onde a Odebrecht cumpriu todos os seus compromissos, inclusive, os prazos da Copa das Confederações e demandas adicionais da Fifa. Entretanto, devido ao limitado financiamento do BNDES para os Estádios e do receio dos governadores em assumir todos os custos relativos à Copa do Mundo, há atualmente um valor a receber pela Odebrecht de aproximadamente R$ 500 MM", queixa-se.
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