Ministro de Temer foi interlocutor da Odebrecht no pagamento de caixa 2
O atual ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, foi o interlocutor da Odebrecht no pagamento de R$ 7 milhões via caixa 2 para garantir o apoio do PRB à chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) nas eleições de 2014, afirmou em delação premiada o ex-diretor de relações institucionais da empreiteira Alexandrino Alencar.
Marcos Pereira é um dos oito ministros de Temer que já tiveram o pedido de instauração de inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base nas delações da Odebrecht.
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Alexandrino disse que se reuniu três ou quatro vezes em sua sala com o atual ministro de Temer. Segundo o delator, Marcos Pereira já tinha conhecimento do acerto feito pelo então tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva (PT), no intuito de garantir tempo de televisão para a coligação "Com a Força do Povo".
Indagado se Marcos Pereira sabia que o dinheiro da empreiteira era caixa 2, o delator foi categórico: "Sem dúvida nenhuma. Ele sabia disso."
Em fevereiro, o jornal O Estado de S. Paulo, revelou que o ministro negociou um repasse de R$ 7 milhões do caixa 2 da Odebrecht para o PRB na campanha de 2014. De acordo com o delator, a entrega do dinheiro foi feita em flats ou em algum outro lugar com mensageiro do ministro.
Alexandrino Alencar foi responsável por cuidar do pagamento de R$ 7 milhões a cada um desses três partidos: PROS, PCdoB e PRB, em um total de R$ 21 milhões.
O ex-diretor de relações institucionais também foi ouvido no mês passado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no âmbito da ação que apura se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger.
Em resposta encaminhada em março ao TSE, o PRB disse não ter recebido caixa 2, propina ou "recurso financeiro proveniente de qualquer origem ilícita" para apoiar a chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014.
Em nota, o ministro informou que está à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários, "embora não tenha sido notificado oficialmente nem tenha conhecimento de nada do que é acusado".
Pereira disse ainda que "agiu sempre dentro da lei enquanto presidente de partido, buscando doações empresariais respeitando as regras eleitorais, e esclarecerá não ter qualquer envolvimento com atitudes ilícitas".
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