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Departamento de propinas da Odebrecht girou US$ 3,37 bilhões em 9 anos

O ex-executivo da Odebrecht Hilberto Mascarenhas em depoimento - Reprodução
O ex-executivo da Odebrecht Hilberto Mascarenhas em depoimento Imagem: Reprodução

Julia Affonso, Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Luiz Vassallo

São Paulo

15/04/2017 12h14Atualizada em 17/04/2017 14h51

O executivo Hilberto Mascarenhas, um dos delatores da Odebrecht, entregou à Operação Lava Jato, uma tabela com o valor total movimentado pelo Setor de Operação Estruturadas, o Departamento da Propina da empreiteira. Entre 2006 e 2014, foram girados aproximadamente US$ 3,37 bilhões.

Hilberto Mascarenhas trabalhou na Odebrecht por 40 anos por "predomínio na área financeira". Em 2006, relatou, estava na tesouraria da Odebrecht S.A sem programa específico, quando foi "intimado" por Marcelo Odebrecht, que na época era o presidente da Construtora Norberto Odebrecht, para assumir a área de Operações Estruturadas, subordinada a ele.

O delator afirmou que "em princípio", relutou a aceitar o cargo "tendo em vista a grande exposição e risco" que o trabalho traria, mas "depois de alguma insistência", aceitou a proposta. Hilberto afirmou que haveria "remuneração e pelos benefícios que passaria a ter, tais como carro com motorista, apartamento em São Paulo para trabalho e passagem de volta a Salvador nos finais de semana", onde residia a família.

Segundo Hilberto, a área fazia duas formas de pagamentos: em espécie no Brasil e em depósito bancário em contas no exterior. Os repasses no País eram entregues em "pacotes/mala de dinheiro em locais predeterminados". As transferências bancárias no exterior eram feitas a partir de offshores na não declaradas.