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Zveiter inicia leitura de parecer sobre denúncia contra Temer na CCJ

Julia Lindner, Renan Truffi e Daiene Cardoso

Brasília

10/07/2017 16h27

O deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) começou na tarde desta segunda-feira, 10, a leitura do seu parecer sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A expectativa é de que ele se manifeste pela admissibilidade do processo.

Pouco antes do início da leitura do documento, o deputado Delegado Waldir (GO) pediu a palavra para dizer que o Palácio do Planalto interferiu na troca de integrantes do colegiado para tentar beneficiar Temer. Waldir, que votaria a favor da denúncia, foi substituído por Bilac Pinto (MG) no início da tarde.

"Isso é uma interferência de um poder no outro. Eu faço parte da comissão há dois anos e meio e fui tirado hoje de forma humilhante. Isso não é justo", disse Waldir. O presidente do colegiado, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), afirmou que não é responsável pelas trocas, mas que lamenta a condição do deputado.

Parecer

Ao chegar à CCJ, nesta segunda-feira, Zveiter disse à imprensa que o relatório "é político, mas com foco muito forte na parte técnica". O deputado se debruçou sobre a denúncia e a defesa de Temer durante cinco dias e concluiu o relatório e voto neste domingo, 9.

Após a apresentação do parecer do relator, que não tem prazo para terminar, o advogado de Temer, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, fará a sustentação oral da defesa. Ele pretende convencer os parlamentares de que o presidente é inocente e que há "ilicitude da prova".

Para que o parecer de Zveiter seja aprovado na comissão, são necessários 34 votos. Independentemente do resultado, a denúncia será votada no plenário da Casa, onde precisará de 342 votos para ser enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Considerando que Zveiter deve apresentar voto favorável à admissibilidade da denúncia, governistas já articulam que o deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) deve apresentar um voto alternativo contra a denúncia, que também precisaria de maioria simples para ser aprovado.