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Alckmin diz que quer ser candidato, mas decisão deve ser 'coletiva'

Caio Rinaldi

São Paulo

23/08/2017 17h01

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, admitiu o desejo de concorrer à Presidência da República pelo PSDB nas próximas eleições, em 2018, mas reconheceu que esta não é uma decisão unilateral, e sim, "coletiva". A declaração foi feita pelo tucano em vídeo publicado no Twitter, em resposta a questões enviadas por internautas.

"Candidatura a cargo majoritário, como presidente da República, não é uma decisão pessoal. É uma decisão coletiva que começa pelo partido, tem que ouvir as alianças, a sociedade. Este é o bom caminho", disse Alckmin. "Se você (internauta) me perguntar se quero ser [candidato], eu digo que sim e estou preparado para ser candidato. Não vai ser fácil o futuro, mas o Brasil tem tudo para se recuperar", declarou.

O governador citou como prioridade para o País, em seu eventual governo, "uma boa política fiscal, que deixe espaço para investimento; juros, como o mundo inteiro é baixíssimo e até negativo; e câmbio que permita ao Brasil jogar o jogo do século 21, com uma grande inserção internacional e no comércio exterior". Ainda assim, ele ponderou que a decisão sobre a candidatura é, de fato, coletiva e deve ocorrer no final deste ano.

O modelo de financiamento de campanha também foi abordado por Alckmin em um dos vídeos. "Com 35 partidos políticos, não dá para ter financiamento público. Neste caso, é preciso ter financiamento privado, mas com regras para campanhas muito mais baratas. Numa campanha majoritária, o mais caro é televisão, é a cena externa", explicou o governador, que sugeriu um modelo menos apoiado em marketing. "Defendo uma campanha mais verdadeira, é o microfone e uma mesa: é estúdio. O candidato expõe suas ideias, sem marquetagem. [Campanha] Muito mais verdadeira e muito mais barata."

O financiamento público de campanha, como está sendo debatido na reforma política em tramitação no Congresso, é mais adequado, segundo Alckmin, no parlamentarismo. "Temos financiamento público geralmente no parlamentarismo, com poucos partidos e lista partidária", declarou o tucano.

"O PSDB defende, no seu programa, o parlamentarismo. Ele dá estabilidade ao que deve ser estável, que é a chefia de Estado, e permite substituir, quando se perde a confiança, o chefe de governo. É um sistema que se adapta melhor a crises e tem bons resultados", afirmou. Ainda assim, o governador lembrou que o modelo pressupõe partidos políticos com programas e fidelidade partidária, "coisa que o Brasil não tem hoje".

Neste sentido, Alckmin defendeu como necessária uma reforma político-partidária, para que depois seja discutida a transição ao modelo parlamentarista. Ele refutou que haja um racha no partido e considerou como salutar a divergência entre alas do PSDB, o que permite debate de ideias para que sejam apresentados projetos positivos ao País.

Outra reforma defendida pelo tucano em uma das respostas na rede social é a da Previdência. "Ela é necessária e defendo um regime geral de Previdência, igual para o setor público e privado. A reforma da Previdência tem dois objetivos, o primeiro é justiça social e o segundo é acabar com o déficit", declarou. Alckmin lembrou que já implementou o modelo geral no Estado de São Paulo em 2011, fazendo com que novos funcionários públicos dos três setores se aposentem pelo teto do INSS, de R$ 5 mil. "A partir daí, é capitalização individual, previdência complementar e facultativa."