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Exército apura uso de lenços com desenho de caveira na Rocinha

Constança Rezende

Rio

28/09/2017 13h05

O Estado-Maior, responsável pelo Plano Nacional de Segurança Pública no Rio de Janeiro, informou por nota nesta quarta-feira, 27, que apura o uso por militares de balaclavas (capuzes) em desacordo com as regras das corporações militares durante operações na Rocinha, na zona sul do Rio.

Peças com desenhos de caveira foram usadas por soldados durante operações na Rocinha, segundo registraram fotógrafos nesta terça-feira, 26. As imagens mostram militares com essas máscaras - de aparência ameaçadora - segurando armas.

Desde a última sexta-feira, 22, cerca de 950 militares das Forças Armadas atuam no cerco da região, dando apoio às operações das Polícias Militar e Civil do Rio.

Nesta quarta-feira, militares distribuíram sacolas de doces de São Cosme e Damião para as crianças na comunidade. Questionado, o Comando Militar do Leste (CML) ainda não respondeu detalhes sobre a iniciativa.

'Coisa banal'

O porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), coronel Roberto Itamar, criticou a repercussão provocada pelo uso da máscara com desenho de caveira na operação na Rocinha. Segundo o coronel, apenas um cabo do Exército utilizou o acessório e foi fotografado várias vezes.

"Foi apenas um cabo do Exército que utilizou aquela máscara, dá para ver pelo uniforme dele. É o mesmo militar em todas as fotos. Ele foi fotografado antes do seu comandante mandar tirar. A máscara era dele, ele trouxe de casa. Ele pensou que não haveria problemas", contou o coronel ao Broadcast Político.

Segundo Itamar, "por seu uma coisa banal", o cabo pode sofrer uma advertência ou uma punição leve. "Tem tantas coisas acontecendo que são mais graves e importantes e com as quais devemos estar preocupados. No processo, ele tem todo direito de defesa, tem que preencher documentação. Há todo um processo, previsto pela Constituição, para que ele seja punido", afirmou.

De acordo com os regulamentos de uniformes das Forças Armadas, a balaclava (touca ninja) deve ser usada nas cores preta ou azul-ferrete. O uso da peça com inscrições ou desenhos não é permitido.

O Comando Militar do Leste, no Rio, informou que é indevido o uso de máscaras com desenhos de caveira, por militares das Forças Armadas, nas operações diárias na cidade. Os militares informam que a prática está sendo coibida e os soldados que utilizaram o acessório serão advertidos.