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Marina diz que resolver problema da segurança com armamento é ilusão

Thaís Barcellos

São Paulo

30/08/2018 23h22

presidenciável Marina Silva (Rede) criticou a principal bandeira do candidato Jair Bolsonaro (PSL), sem citá-lo nominalmente, em sabatina na GloboNews na noite desta quinta-feira, 30. Ela se posicionou contra buscar soluções contra a violência por meio do armamento da população.

"Existem aqueles que querem liberar geral, não só a fabricação, mas também a aquisição de armas. Esse discurso que vamos resolver o problema da segurança com armamento é uma ilusão que está sendo vendida para a sociedade. É uma forma de se esconder atrás da fragilidade da sociedade, dizendo: Se virem nos 30. Se eu ganhar, vocês que vão ter que defender suas casas, suas propriedades e suas famílias."

Marina ainda se dirigiu ao eleitor: "Imagine só você, cidadão brasileiro que paga impostos e já tem uma vida dura, alguém lhe dar a atribuição de comprar uma arma para defender a si e a sua família".

Questionada sobre a manutenção do reajuste dos servidores federais em 2019, a candidata da Rede também dirigiu críticas ao presidente Michel Temer, dizendo que ele só aumentou o déficit fiscal que seu governo prometeu resolver. "Governo sem credibilidade que prometeu o que não quer cumprir talvez até queira deixar uma dificuldade para quem for eleito legitimamente", disse, referindo-se à desistência de Temer em adiar o aumento do funcionalismo público. Sobre o reajuste em si, Marina disse que todos têm de fazer sacrifícios, inclusive o Legislativo e o Judiciário.

Educação

A ex-ministra defendeu que o ensino superior continue público e, sobre a reforma do Ensino Médio, disse querer dar condições para que a escolha do aluno sobre as disciplinas não fique apenas no discurso. "É dito que o aluno poderá fazer sua própria grade, mas na maioria dos municípios há apenas uma escola de Ensino Médio."

Ela ainda disse que fará um plano de carreira para os professores serem remunerado de maneira justa, sem vincular apenas ao desempenho em sala de aula. "Muitas vezes, o professor estuda numa faculdade privada e não tem condições de ter uma boa formação. Se só formos melhorar o salário de quem tiver se formado na UFRJ ou na USP, vamos penalizar o professor por algo que não é culpa dele."

Política carcerária

Marina também afirmou que seu programa contempla o envio ao Congresso, se eleita, de um projeto para criar penas alternativas ao encarceramento se os crimes não forem graves. "Uma pessoa que assaltou, não. Uma pessoa que matou, não. Mas existem pessoas que entram no supermercado e fazem algo errado, principalmente jovens de periferia, e, de repente, estão encarceradas. E vão sair de lá piores do que entraram."