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Em queda nas pesquisas, Marina diz que não abre mão de candidatura

Caio Rinaldi e Marianna Holanda

São Paulo

19/09/2018 15h48

Em movimento de queda nas pesquisas eleitorais, a ex-ministra do Meio Ambiente e candidata ao Palácio do Planalto pela Rede Sustentabilidade, Marina Silva, rejeitou nesta quarta-feira, 19, a possibilidade de abrir mão de sua candidatura em nome de uma chapa unificada de Centro como alternativa à polarização que vem se desenhando nas pesquisas eleitorais.

"Uma eleição em dois turnos é para que a gente não se curve ao pensamento autoritário de decidir no primeiro. É para que a pessoa vote de acordo com seu coração", disse, em sabatina no Fórum Páginas Amarelas, da revista Veja. A candidata também refutou a possibilidade de fazer uma aliança com o Centrão, caso seja eleita. "No meu entendimento, não é possível fazer uma aliança programática com o Centrão, que junto aos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer são responsáveis pela situação em que o País está", declarou.

Marina, que chegou a registrar 12% de intenção de voto e agora tem 6%, criticou o cenário de pressão sobre candidatos com desempenho mais tímido nas pesquisas para que juntem forças em torno de uma terceira opção, além de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). "Agora é que a disputa começa de verdade, com o verdadeiro candidato do PT à frente da chapa. Agora é que começamos a disputar o voto líquido", afirmou.

A candidata da Rede criticou as especulações em torno de um indulto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Indulto não pode ser instrumento político para ganhar voto", comentou.

Aborto

Questionada sobre uma eventual aprovação pelo Congresso Nacional de flexibilizações nas leis sobre aborto, Marina explicou que, caso seja eleita presidente, deverá vetar a medida, por entender que a decisão não pode ser tomada exclusivamente pelos representantes eleitos do povo, mas sim pela própria população.

"Sou contra o aborto e não acho que é a melhor forma de encarar uma gravidez indesejada. Defendo o planejamento familiar. Se for para ampliar para além da legislação atual, que seja por plebiscito e que 513 deputados e 81 senadores não decidam por 200 milhões de brasileiros", afirmou.

A candidata ressaltou que apenas a consulta pública será levada em conta. "Se por decisão soberana em plebiscito, a sociedade decidir que é isso, assim será. Espero que a sociedade brasileira se mobilize. Se o Congresso decidir, eu vetaria. Tem que ser por plebiscito, isso sim leva o assunto ao patamar que deve estar", afirmou Marina.