Minhocão vai virar parque; obras devem começar neste ano
A necessidade de se desativar o Minhocão foi determinada pelo Plano Diretor da cidade de 2016, criado na gestão de Fernando Haddad (PT). Mas ele deixou em aberto o que seria feito com a estrutura. Covas decidiu que cumpriria a regra e pediu estudos sobre o que poderia ser feito no espaço. A decisão foi adiada até que o custo fosse estimado e a questão dos viadutos da cidade, que precisam de reparos de emergência, fosse tida como equacionada.
As obras que ocorrem este ano não devem interromper todo o tráfego, mas precisarão de esquema especial. Serão construídos nove pontos de acesso, entre escadas e elevadores, além de serviços para garantir a segurança dos pedestres, como mudanças nas grades laterais. A ideia é que, além de áreas verdes e bancos, os apartamentos de prédios vizinhos ao Minhocão possam construir passarelas com conexão para o elevado e, nesses imóveis, transformá-los em pontos comerciais, como bares e restaurantes.
A Prefeitura tinha a missão de decidir o destino do parque desde que Covas sucedeu a João Doria (PSDB), em abril de 2018. O ex-prefeito já havia conversado com o escritório do arquiteto e político Jaime Lerner para revisar a proposta de criação de parque que Lerner havia feito à gestão Gilberto Kassab (PSD), que durou de 2006 a 2012.
A Prefeitura cogitou derrubar todo o Elevado e revitalizar a Rua Amaral Gurgel e as Avenidas São João e General Olímpio da Silveira, sob o Minhocão. Mas a ideia foi descartada por causa dos cálculos do custo de obras para mitigar transtornos, como poeira, e por não ter como retirar dali, sem impactos, o corredor de ônibus do centro à zona oeste. A decisão foi transformar a estrutura em parque.
A estimativa é que esta 1.ª fase custe R$ 38 milhões. A proposta considera conceder o parque à iniciativa privada, ou pontos comerciais dentro dele, para custear a manutenção, de modo a evitar falta de verba para cuidar da vegetação, como no Corredor Verde da Avenida 23 de Maio feito por Doria.
Covas diz estar ciente de que a proposta é polêmica, mas defende a medida. "Entendemos, pelo benefício que traz, pelo que hoje é a vontade da população, que é fazer um parque no primeiro trecho dele, da Roosevelt até o Largo Santa Cecília. Depois, o outro trecho dele, quem me suceder discute se vai ampliar ou retirar o parque."
Obras
Serão três fases. A primeira é de obras de acessibilidade e segurança, a segunda é construir o parque, que levará 17,5 mil m² de área verde para os 900 metros que separam o Arouche e a Roosevelt. A terceira é o Plano de Intervenção Urbana (PIU) da região, e a avaliação da sequência do parque ao fim do Elevado.
Até essa definição, o trânsito continuará em parte do elevado, das Avenidas São João e Francisco Matarazzo. "O parque poderá ser a ligação entre essas diversas praças da região central", disse o secretário de Urbanismo, Fernando Chucri. Até a semana que vem, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) deve concluir estudo sobre as obras. Intervenções complementares podem ser necessárias. "Uma alça, um alargamento viário." Ele diz que o parque será "montado" sobre o local e será avaliado. A Prefeitura não descarta devolver o espaço aos veículos, caso a prática se mostre inviável para o trânsito.
"Quem seguir no sentido de Perdizes e Barra Funda poderá pegar o elevado por acesso próximo à Rua Helvétia, na região dos Campos Elísios", diz a Prefeitura, em nota. "Até esse ponto, o motorista deverá seguir pela Avenida Amaral Gurgel. No outro sentido, o caminho em direção à zona leste será interrompido na passagem para a Rua Sebastião Pereira, na Vila Buarque." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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