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Lula soube da morte do neto pelo filho Sandro ao telefone

Lula e seu neto, Arthur, que faleceu hoje em São Paulo - Reprodução
Lula e seu neto, Arthur, que faleceu hoje em São Paulo Imagem: Reprodução

Ricardo Galhardo

01/03/2019 16h57

Preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Luiz Inácio Lula da Silva foi informado pelo filho Sandro Luis da morte do neto Arthur Araújo Lula da Silva, 7.

O filho de Lula foi autorizado pelas autoridades a conversar por telefone com o pai.

Na sequência, a defesa do ex-presidente pediu autorização para que o ex-presidente viajasse à Grande São Paulo, onde haverá velório e enterro. 

Advogados esperam a confirmação de que Lula será autorizado a viajar. O Ministério Público Federal (MPF) deu parecer favorável, e o Governo do Paraná diz ter atendido pedido da PF para liberar um avião para o deslocamento.

Na avaliação de agentes federais, a segurança de Lula só será garantida, agora, se a homenagem ao neto por parte do ex-presidente ocorrer em um lugar fechado. Eles consideram um risco o ex-presidente ir ao cemitério ou outro local de acesso ao público - especialmente de militantes do PT e partidos adversários.

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Advogados do PT disseram ter recebido a informação da Polícia Federal de que a juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai liberar o petista para ir ao velório de seu neto, morto em decorrência de uma meningite meningogócica.

Segundo esses advogados, a defesa de Lula cogitava fazer o pedido diretamente ao Supremo Tribunal Federal, mas desistiu depois de ser informado de que a juíza já havia feito uma comunicação informal à PF sobre a liberação do ex-presidente. PF e Justiça Federal não se pronunciaram sobre o assunto.

De acordo com os advogados petistas, a juíza está conversando com integrantes da PF e do Ministério Público Federal sobre a forma como será feita a liberação. Eles lembram que o STF já havia liberado Lula para ir ao enterro do irmão Vavá, em janeiro, mas com uma série de imposições. Na época, o ex-presidente recusou a proposta do ministro Dias Toffoli, presidente do STF, que anunciou a decisão quando o sepultamento de Vavá já estava em andamento.

Artur vai ser cremado neste sábado, 2, ao meio dia no Cemitério da Colina, em São Bernardo do Campo. Segundo o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, a prioridade neste momento é a família de Artur. "Se o pessoal tiver o mínimo de bom senso Lula vai poder se despedir do neto e depois volta para a cadeia", disse Okamotto.

Setores da polícia esperam que, caso a Justiça autorize a saída do ex-presidente da superintendência de Curitiba, onde está preso desde abril, a decisão leve em conta o modelo estabelecido pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, no caso da morte de Genival Inácio da Silva, irmão do ex-presidente, em janeiro. Pela decisão de Toffoli, Lula só poderia se encontrar com familiares numa unidade militar.