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Marco Aurélio rejeita proposta de Dodge sobre juízes federais

Walter Rosa/Framephoto/Estadão Conteúdo - 29.nov.2018
Imagem: Walter Rosa/Framephoto/Estadão Conteúdo - 29.nov.2018

Marcio Dolzan

No Rio

29/03/2019 16h21

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta sexta-feira, 29, proposta da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que defende que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorize a atuação de juízes federais em casos envolvendo caixa dois de campanha. Segundo Mello, a mudança só deve ocorrer se for feita por intermédio de lei, sob risco de impactar a "segurança jurídica".

No início desta semana, Raquel Dodge informou que está requerendo junto ao TSE que juízes federais tenham "atribuição eleitoral plena". A proposta da Procuradora veio poucos dias após o Supremo decidir que crimes como caixa dois de campanha devam ser enviados à Justiça Eleitoral, o que, na avaliação do Ministério Público Federal, pode impactar casos investigados pela Lava Jato.

Nesta sexta-feira, Marco Aurélio Mello se demonstrou contrário à ideia - ao menos da forma como sugeriu a procuradora-geral.

"No passado eu me pronunciei assim no plenário do TSE, mas em termos de uma legislação, já que a Justiça Eleitoral é uma Justiça federal em si. Agora, não cabe essa providência administrativamente em cima de um caso concreto, que revelou a competência da Justiça Eleitoral. Seria uma diminuição da própria instituição que é a Justiça Eleitoral", disse o ministro, após proferir palestra no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Mello disse que é preciso observar a segurança jurídica e ressaltou que "a modificação a esta altura não é harmônica com a segurança jurídica". Apesar disso, o ministro disse entender a motivação de Raquel Dodge. "A intenção dela é a melhor possível, eu não tenho a menor dúvida."