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PF indicia ministro do Turismo por esquema de candidaturas laranjas

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) cumprimenta o ministro Marcelo Álvaro Antônio durante sua cerimônia de posse no Planalto - Reprodução - 1º.jan.2019/Facebook/Marcelo Álvaro Antônio
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) cumprimenta o ministro Marcelo Álvaro Antônio durante sua cerimônia de posse no Planalto Imagem: Reprodução - 1º.jan.2019/Facebook/Marcelo Álvaro Antônio

Fausto Macedo e Pepita Ortega

Em São Paulo

04/10/2019 10h55

A Polícia Federal (PF) indiciou o ministro Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo, no inquérito da Operação Sufrágio Ostentação - investigação sobre suposto desvio de recursos por meio de candidaturas femininas laranjas nas eleições 2018. Na ocasião, Marcelo Álvaro ocupava o posto de presidente do PSL em Minas. A PF imputa ao ministro falsidade ideológica, associação criminosa e apropriação indébita.

Segundo as investigações, o partido do presidente Jair Bolsonaro utilizou candidatas em disputas de fachada para acessar recursos de fundo eleitoral exclusivo para mulheres. Os investigadores atribuem ao ministro o papel de articulador do esquema de laranjas.

A PF já havia indiciado as ex-candidatas Naftali de Oliveira Neres, Débora Gomes da Silveira, Camila Fernandes Rosa e Lilian Bernardino de Almeida. O total de votos recebido pelas quatro foi próximo de 2.100. Elas ficaram em silêncio em audiência na PF, que as enquadrou por falsidade ideológica, aplicação irregular de verba e associação criminosa.

Em julho, a PF também indiciou Mateus von Rondon, assessor especial do ministro, e Roberto Soares e Haissander Souza, que haviam sido presos, por falsidade ideológica, uso indevido de verba e associação criminosa, com pena máxima prevista de nove anos e três meses de prisão, no total.

Roberto Soares foi coordenador de campanha de Marcelo Álvaro a deputado federal. Em abril, o ministro do Turismo afirmou que as denúncias partiam de "fogo amigo" de dentro de seu próprio partido, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro negou ter patrocinado qualquer esquema de candidaturas irregulares. Na época, disse também que "em breve" as investigações iriam provar que ele "nunca patrocinou nenhum tipo de esquema em Minas'. "Como Deus é o justo juiz, vamos provar nossa total isenção, nossa total inocência", afirmou.