Juíza acusada de medir saias diz que se preocupa com o decoro
Resumo da notícia
- Juíza acusada de determinar que as saias das mulheres que entram no Fórum sejam medidas nega a prática
- Segundo ela, o que há é uma norma sobre as roupas que as mulheres devem usar
- No entanto, ela nega o uso de régua para medir as vestimentas
Acusada pela seção fluminense da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de descumprir a lei ao determinar que as saias das mulheres que entram no Fórum de Iguaba Grande (RJ) sejam medidas, a juíza Maíra Valéria Veiga de Oliveira publicou nota negando a prática.
Segundo ela, o que há é uma norma sobre as roupas que as mulheres devem usar, mas que "em nenhum momento, houve a medição com régua de saia ou vestido nas dependências" do Tribunal.
Oliveira é diretora do fórum. Em comunicado publicado no site da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amerj), a juíza argumentou que "em razão do uso recorrente de vestimentas impróprias no local, regulamentou orientações para o respeito ao decoro nas dependências do Poder Judiciário da região".
Afirmou também que algumas pessoas tentam entrar no fórum com roupas incompatíveis com o meio jurídico, até mesmo em trajes de banho, o que, em sua opinião, constrange os "operadores do Direito e jurisdicionados". Segundo Oliveira, o "propósito da norma não é impedir a entrada de qualquer cidadão, mas assegurar a razoabilidade no ambiente forense".
A OAB-RJ, no entanto, discorda desse posicionamento. De acordo com a entidade, a juíza fixou um aviso informando sua decisão na entrada do Tribunal e autorizou seguranças a medirem as roupas das advogadas com régua - se a roupa estiver mais de cinco centímetros acima do joelho, a mulher é impedida de entrar no local.
A OAB relatou, por meio de sua assessoria de imprensa, que uma estagiária teve que costurar seu casaco à barra de sua saia para conseguir entrar no Fórum. No início do mês, a vice-presidente da OAB Mulher, Rebeca Servaes, também foi barrada, por causa de sua saia.
A juíza teria se comprometido a refletir sobre a regra e consultar o Tribunal de Justiça sobre a viabilidade de revogá-la, segundo a entidade. Até o momento, no entanto, não teria informado a Ordem sobre as providências.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.