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SP: Movimento Passe Livre faz novo ato contra aumento da tarifa do transporte

09.jan.2020 - Manifestantes ateiam fogo em catraca durante protesto contra o aumento na tarifa do transporte público em SP - Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo
09.jan.2020 - Manifestantes ateiam fogo em catraca durante protesto contra o aumento na tarifa do transporte público em SP Imagem: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

Marco Antônio Carvalho

09/01/2020 19h29

O Movimento Passe Livre (MPL) faz nesta quinta-feira, 9, o segundo protesto do ano contra o aumento da tarifa do transporte público de São Paulo. Manifestantes se concentraram no fim desta tarde na Praça da Sé, no centro da capital, de onde partiram em passeata por ruas da região em direção à estação República do Metrô.

Desde 1º de janeiro, a tarifa de ônibus e do Metrô em São Paulo subiu de R$ 4,30 para R$ 4,40, alta que é alvo de críticas por parte do movimento. Além do valor, eles protestam por uma melhoria na qualidade do serviço e contra uma suposta diminuição na rede de ônibus em circulação na capital.

"Eles dizem que (o aumento da tarifa) foi abaixo da inflação, mas se os aumentos seguissem sempre a inflação, hoje a tarifa teria que ser reduzida, não subir ainda mais", aponta comunicado do grupo que integra a convocação para o ato.

Na terça, a manifestação partiu da Prefeitura até a Avenida Paulista e foi cercada por policiais militares. No fim do ato, integrantes do protesto e black blocs tentaram invadir a estação Trianon-Masp, mas agentes bloquearam as catracas. Após serem alvos de pedaços de pau e tinta, os policiais usaram escudos e spray de pimenta para dispersar a multidão.

Vinte e nove pessoas foram detidas e encaminhadas à delegacia, onde assinaram um termo circunstanciado por dano, desacato e lesão corporal. Com eles, a polícia encontrou dez coquetéis molotov.

Protesto do Movimento Passe Livre - Isabela Naiara/Photopress/Estadão Conteúdo - Isabela Naiara/Photopress/Estadão Conteúdo
Imagem: Isabela Naiara/Photopress/Estadão Conteúdo

A integrante do MPL Gabriela Dantas disse nesta quinta que as prisões realizadas pela PM foram ilegais e demonstram o caráter truculento de atuação da corporação. "Hoje, eles atuam com o mesmo aparato para criar um clima de terror e afastar pessoas da participação do protesto", reclamou.

A PM não informou o efetivo presente nesta quinta, mas os agentes formam colunas que envelopam o movimento.

Nesta semana, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado já se pronunciou, reforçando a posição de que a alta está abaixo da inflação anual. A Prefeitura também se manifestou no início da semana, dizendo que a frota de 14 mil ônibus já teve renovação em 34% dos veículos desde o início de 2017.

"Vale ressaltar que cerca de 3,6 mil destes novos veículos foram entregues nos últimos dois anos, durante a gestão Bruno Covas", acrescentou.