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DF deve ser 1º a estender quarentena, até o fim de maio

Homem utiliza máscara de proteção em hospital de Brasília (DF) durante pandemia de coronavírus - Adriano Machado
Homem utiliza máscara de proteção em hospital de Brasília (DF) durante pandemia de coronavírus Imagem: Adriano Machado

André Borges e Julia Lindner

Brasília

31/03/2020 23h31

A quarentena no Distrito Federal não acaba até o fim de maio. A informação é do governador Ibaneis Rocha (MDB), que publicou ontem um decreto que estende oficialmente o recolhimento social na capital federal até o dia 13 de abril. Oficialmente, a quarentena do DF acabaria no próximo dia 5, mas o governo ampliou o prazo para mais uma semana.

Ao Estado, o governador reconheceu que, na prática, trata-se de uma formalidade, já que o pico da covid-19 no País está estimado para ocorrer entre a segunda quinzena de abril e início de maio. "Não tem último dia de quarentena. O último dia será quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) disser que isso acabou, que teremos tratamento e pudermos sair com segurança", disse. "A gente tem de ir fazendo isso aos poucos, liberando alguns setores que possam voltar ao trabalho, com menos impacto e que ajudem a população. Só isso."

Segundo o governador, os decretos sobre as quarentenas são publicados antecipadamente para dar previsibilidade. Na última semana, o governo do DF liberou a abertura de correspondentes bancários e lotéricas, que atendem pessoas que recebem benefícios sociais. Ibaneis está analisando alguns setores específicos, como oficinas mecânicas, que não têm aglomerações. "Estamos analisando caso a caso. Vamos cobrar compromissos de higienização, mas tudo está sendo analisado."

As escolas seguirão de portas fechadas até o fim do semestre. "Sobre o retorno de aulas, por exemplo, eu não calculo o retorno antes de junho, de maneira nenhuma. Se todos nós, autoridades e população, seguirmos as orientações de isolamento e cuidados, mais cedo vamos sair dessa crise. A medida do isolamento é dura e difícil, mas é necessária", disse Ibaneis.

Hospitais

Um total de 146 salas comerciais que rodeiam a estrutura do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, será transformado em um hospital de campanha para apoiar os atendimentos a pessoas contaminadas pelo coronavírus. "De hoje (ontem) para amanhã (hoje) estou publicando o edital de construção de nosso hospital de campanha do Distrito Federal", disse. "A ideia é usar esse espaço. São áreas prontas, com energia e ar condicionado."

O hospital de campanha vai receber pessoas que estavam em situação grave, mas se recuperaram e precisam ficar em um ambulatório, para observação. "Será um hospital de apoio, para servir na parte ambulatorial, não como UTI." A estrutura deve ficar pronta entre 15 e 20 dias, segundo o governador. O DF tem cerca de 800 unidades de tratamento intensivo (UTIs) à disposição, se somados os da rede pública e privada.

Rio e SP

Ontem, o governo do Estado do Rio de Janeiro iniciou a montagem do hospital de campanha contra ao novo coronavírus no Maracanã. A estruturação teve início pela pista de atletismo desativada e a expectativa é de cerca de 400 leitos. Nesta semana, também deve começar a funcionar em São Paulo o hospital de campanha no Estádio do Pacaembu.