Coronavírus: SP projeta 220 mil casos e prepara pedido ao Banco Mundial
O governo de São Paulo projeta 220 mil casos de covid-19 e prepara pedido de empréstimo de US$ 100 milhões (mais de R$ 500 milhões) ao Banco Mundial para combater o vírus, conforme documentos obtidos pela reportagem. O Estado concentra 275 das 486 mortes já registradas no País. Em um dia, foram 54 novos registros de óbitos no Brasil.
São Paulo tem 4.620 registros confirmados, a região com mais notificações entre as 11.130 no País. O eixo principal do projeto paulista é instalação e custeio de ao menos 500 novos leitos de UTI. A ideia é usar a verba também para comprar testes de diagnóstico, além de tecnologia de telemedicina e de aplicativos para dispositivos móveis.
A Secretaria Estadual da Saúde estima que ao menos R$ 1,2 bilhão extra será necessário, o que torna o financiamento do Banco Mundial "muito significativo", diz o coordenador de Serviços da Saúde, Ricardo Tardelli. O governo de João Doria (PSDB) espera ter o recurso em mãos em cerca de dois meses.
O valor poderá ser usado também para ressarcir gastos já feitos contra o coronavírus. O prazo previsto para extinção do empréstimo é de 35 anos. A contrapartida para o governo é de US$ 25 milhões: no total, o projeto é de cerca de US$ 125 milhões (mais de R$ 625 milhões).
O empréstimo depende de análises da Secretaria do Tesouro Nacional, Ministério da Economia e do Senado. Em tempos normais, levaria mais de um ano para tramitar, diz Tardelli, mas ele acredita que a pandemia deve acelerar o aval.
O governo estima que 40 mil pacientes teriam de usar leitos de internação. Já outros 11 mil teriam quadro mais grave, exigindo UTI. "Quando escrevemos o projeto, há 10 dias, a projeção de que tínhamos era algo nessa ordem (220 mil casos). Vamos precisar esperar, ver o efeito do isolamento. É uma expectativa positiva", disse Tardelli.
O Estado tem 15 mil leitos de UTI públicos e privados. São Paulo prevê no instalar 500 leitos, mas Tardelli diz já trabalhar com ampliação para até 1,5 mil. A ideia é comprar de um respirador para cada leito, por R$ 70 mil por unidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Mateus Vargas
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