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No Morro Dona Marta, os 'caçadores de coronavírus'

Reprodução - 20.abr.2020/Instagram/thiagofirmino
Imagem: Reprodução - 20.abr.2020/Instagram/thiagofirmino

Marcio Dolzan

No Rio

21/04/2020 07h45

Quando o novo coronavírus começou a ganhar o noticiário internacional, o guia turístico Thiago Firmino, morador do Morro Dona Marta, na zona sul do Rio, imaginou que aquele seria um mal que ele veria apenas pela TV.

"Eu pensava que aquilo era doença de gringo ou de gente rica", contou nesta segunda-feira ao jornal O Estado de S. Paulo.

Mas bastou o Rio confirmar os primeiros casos da doença para ele perceber que a covid-19 não escolhia classe social e poderia se tornar um drama extra para moradores de favelas. Foi então que, com a ajuda de amigos e moradores, decidiu partir para a linha de frente no combate à pandemia.

Firmino, então, começou a buscar informações sobre como combater a doença. "Eu lembrei das imagens dos caras lá na China, todos de branco, pareciam os caça-fantasmas."

O guia tratou de orçar os equipamentos iniciais —dois aparelhos para pulverização, roupas de proteção e quaternário de amônia, para fazer a sanitização. Descobriu que precisaria de pelo menos R$ 3,5 mil.

"Eu liguei para uns amigos do hip-hop, o Gilli, o Mass e o Lucas Secon. Em dez minutos eles tinham feito a doação." De posse do material, Thiago Firmino reuniu uma equipe de dez voluntários e, há duas semanas, realiza a sanitização das vias.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.