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À rádio, Bolsonaro diz que 'talvez' tenha pegado coronavírus no passado

GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: GABRIELA BILó/ESTADÃO CONTEÚDO

Gabriel Caldeira

São Paulo

30/04/2020 10h34

O presidente Jair Bolsonaro afirmou em entrevista na manhã desta quinta-feira à Rádio Guaíba que talvez já contraído o novo coronavírus, mas que pode nem ter sentido.

"Eu talvez já tenha pegado esse vírus no passado e nem senti", explicou em entrevista antes de embarcar para o Rio Grande do Sul, em agenda oficial.

O chefe do Executivo ainda repetiu que usa "nomes fantasia" em pedidos de exames e receitas de medicamentos para se proteger. "Sou uma pessoa conhecida para o bem ou para o mal. Quando fui medicado, coloquei nome fantasia porque na ponta da linha está um ser humano, não se sabe o que pode ser feito se alguém souber que é Jair Bolsonaro", justificou o presidente.

Quanto à decisão da Justiça Federal que o obriga a apresentar os exames que fez para diagnóstico do novo coronavírus sob prazo que se encerra hoje, o presidente voltou a afirmar que, caso perca recurso movido pela Advocacia-Geral da União (AGU), irá divulgar os documentos.

Na segunda-feira (27), por decisão da juíza Ana Lúcia Petri Betto, o jornal O Estado de S. Paulo conseguiu na Justiça o direito de obter os testes de covid-19 feitos por Bolsonaro.

Novas críticas a Moraes

Na entrevista, Bolsonaro reiterou a cobrança que fez na saída do Palácio da Alvorada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem à diretoria-geral da Polícia Federal (PF). Moraes concedeu liminar ao PDT, que apontou para possibilidade de interferência de Bolsonaro no órgão, uma vez que Ramagem é próximo da família do presidente.

"Cobrei que o ministro Alexandre de Moraes tome uma posição no tocante ao Ramagem porque ele continua à frente da Abin (Associação Brasileira de Inteligência), que é tão importante quanto a PF", disse Bolsonaro.

Para o presidente, impedir que Ramagem assuma o controle da PF enquanto comanda a Abin é o mesmo que impedir, "por questões pessoais", que um sargento do Exército ocupe o mesmo posto na Aeronáutica. "Decisão que não engoli, é uma afronta. Não aceito ser refém de decisões monocráticas de quem quer que seja", completou Bolsonaro.