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Covas diz que SP está longe de 'lockdown', mas pede que pessoas fiquem em casa

Bruno Covas, prefeito de São Paulo - BRUNO ESCOLASTICO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Bruno Covas, prefeito de São Paulo Imagem: BRUNO ESCOLASTICO/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Renata Pedini e Francisco Carlos de Assis

São Paulo

02/05/2020 12h47

O prefeito da de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse na manhã de hoje, em entrevista à Rádio CBN, que a cidade está longe de decretar um possível "lockdown", confinamento total da população em suas casas amparado por decisão judicial. "Proibir ainda mais a circulação de pessoas na cidade de São Paulo não é possibilidade a ser anunciada", afirmou Covas.

Mas o prefeito voltou a pedir para que a população permaneça em casa e que não acredite no discurso de que a pandemia do novo coronavírus se trata de uma "gripezinha", termo que foi usado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem Partido), contrário ao isolamento social sob a argumentação de que "o desemprego também mata". "Esse discurso não condiz com a realidade. Espero que o presidente Jair Bolsonaro reveja esse discurso", disse Bruno Covas.

Segundo Covas, a situação da saúde na cidade de São Paulo poderia estar pior se não fossem as medidas adotadas pela Prefeitura e pelo governo do Estado. "O que fizemos 20, 15 dias atrás é o que reflete na situação de hoje", disse. O prefeito afirmou ainda que até sexta-feira (8) deverá decidir, em conjunto com o governo do Estado, o que fazer a partir do dia 11, quando vence atual quarentena.

Covas destacou a negociação com a rede privada para ampliar a oferta de leitos de UTI na cidade, o que, segundo ele, reduz a chance de pacientes virem a óbito. "Editamos decreto obrigando a rede particular a informar à Prefeitura sobre uso dos leitos, diariamente, depois soltamos um preço público de quanto a Prefeitura está disposta a pagar para utilização desses leitos", disse o prefeito, acrescentando que a Prefeitura já assinou com duas instituições privadas. Ele citou R$ 2.100 por dia como o valor que a Prefeitura está disposta a pagar aos hospitais privados pela utilização de seus leitos.

"Analisamos diariamente a evolução", comentou, reforçando que de nada adianta esforço, como o de ampliação de leitos, "se a população não colaborar". "Os números só vão crescer se a população não colaborar".

Covas ainda comentou os novos bloqueios na cidade de São Paulo. "Começa a valer decreto da utilização de máscaras no transporte público municipal", lembrou. Segundo o prefeito, também começarão nesta segunda-feira restrições de circulação de veículos em quatro pontos da cidade, com diminuição do número de faixas. A partir da terça-feira, pode haver fechamento total dessas vias, concluiu.