Presidente do TRF-3 nega recurso de Bolsonaro contra divulgação de exame
O presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), desembargador Mairan Maia, negou neste sábado (2) um segundo recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) contra a divulgação dos exames feitos pelo Jair Bolsonaro para verificar se foi contaminado ou não pelo novo coronavírus. Na análise do primeiro recurso, por uma outra desembargadora, o governo conseguiu suspender o envio dos documentos.
"Não se trata de personalíssimo direito à manutenção da privacidade dos resultados dos exames, senão de informação que se reveste de interesse público acerca do diagnóstico da contaminação ou não pelo covid-19", concluiu o presidente do TRF-3.
A decisão do desembargador Mairan Maia foi tomada horas depois de a desembargadora plantonista Mônica Nobre, do mesmo tribunal, decidir em sentido diferente e suspender a divulgação dos papéis pelo prazo de cinco dias. A determinação de Mônica foi feita na análise de um outro recurso da União.
Procurada pela reportagem, a AGU informou que o entendimento do presidente do tribunal "não altera a decisão que desobrigou a União de fornecer os laudos ainda neste sábado (2) e estabeleceu prazo de 5 dias para que o relator da ação no TRF-3 analise o caso".
Ao analisar esse outro recurso da União, o presidente do TRF-3 negou o pedido para derrubar a decisão da Justiça Federal de São Paulo, que havia determinado a divulgação dos papéis em um prazo de 48 horas.
"A União Federal limita-se a justificar que não existe obrigatoriedade no fornecimento dos laudos dos exames realizados pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da República. Não demonstra, ainda que de maneira superficial, em que medida a decisão de primeiro grau tenha o potencial concreto de ofensa à ordem pública", concluiu Mairan Maia.
Depois de questionar sucessivas vezes o Palácio do Planalto e o próprio presidente sobre a divulgação do resultado do exame, o jornal "O Estado de S. Paulo" entrou com ação na Justiça na qual aponta "cerceamento à população do acesso à informação de interesse público", que culmina na "censura à plena liberdade de informação jornalística".
A Presidência da República se recusou a fornecer os dados a "O Estado de S. Paulo" via Lei de Acesso à Informação, argumentando que elas "dizem respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, protegidas com restrição de acesso".
140 Comentários
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.
Mas pra mostrar marca da facada em hospital não tinha problema, né?
Segundo informações que circulam em brasília, o Bolsonaro ao fazer o exame colocou no mesmo não seu nome, mas de Carlos Alberto Brilhante Ustra, fato pelo qual não quer que seja divulgado Em entrevista em Porto Alegre ele já deu a dica, quando disse por ser um home publico mias vezes coloca-se nome fictício em exame, Um desrespeito com o cargo, e com a população, temos visto tantas barbáries, eu me pergunto será que essas pessoas que apoiam esse seu Jair, são tao ingênuos ao ponto de acreditar, em tantas mentiras