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Ministro do STJ aparece de cueca em sessão virtual da corte

André Borges

Brasília

22/10/2020 16h53

A República Federativa das Cuecas ganhou um novo episódio na tarde de hoje. Tudo corria bem em mais uma sessão do tribunal. Com suas togas, os ministros da 6ª Turma do STJ faziam considerações profundas do saber jurídico, em uma sessão transmitida via internet, para o pleno vigor de transparência ao público. Mas acabou transparecendo demais.

No meio da sessão, enquanto um de seus pares discorria sobre um julgamento, o ministro Néfi Cordeiro decidiu deixar a frente da tela do computador e foi até a estante de livros de sua casa, imagem tradicional da ostentação acadêmica e cultural em tempos de pandemia.

Com um celular nas mãos, escrevendo mensagens, Cordeiro esqueceu-se de prestar atenção no que dizia o colega de turma. Esqueceu-se, também, que havia deixado ligada a câmera de seu computador. Na tela, durante a discussão, o ministro brilhou de cuecas, com a sua toga até a cintura, como mostram os segundos divulgados pelo site jurídico Jota.

Desnudada, a sessão seguiu adiante. Colegas de Néfi Cordeiro se mostraram 'consternados' com o episódio, não pelo que viram ou deixaram de ver, mas por ser justamente Cordeiro, ministro que nutre a imagem de ser 'muito sério' e decoroso com a diplomacia dos tribunais.

O vídeo da sessão foi publicado pelo perfil do STJ um dia depois, porém não apresenta o trecho em que o ministro aparece sem calça. Com 9min25 do vídeo, ele é cortado e a imagem é retomada 15 segundos depois.

A reportagem tentou ouvir o ministro. A assessoria do STJ informou que o gabinete de Néfi Cordeiro 'tem ciência de que esse vídeo está circulando por redes sociais'. No entanto, declarou 'não irá se manifestar a respeito'.

Para tranquilidade da Nação e de Cordeiro, o STJ tratou de cortar o vídeo, de forma que os 14 segundos agora apagados da sessão passem a ter direito ao seu esquecimento. Durante a pandemia, todos os ministros do tribunal adotaram o 'home office' para seus trabalhos, com as sessões realizadas pela plataforma Zoom. Cabe aos magistrados escolherem se participam de casa ou de algum escritório. E com qual roupa. Ou não.