'Entendo que vacina não é questão de Justiça, é questão de saúde', diz Bolsonaro
O Supremo vai discutir a vacinação após partidos políticos acionarem a Corte para julgar as controvérsias em torno do tema. Uma das ações quer impedir o governo de prejudicar o andamento de qualquer pesquisa de imunizante no Brasil. Outras duas discutem a legalidade de impor a vacinação obrigatória à população.
"Eu entendo que isso não é uma questão de Justiça, isso é questão de saúde acima de tudo. Não pode um juiz decidir se você vai ou não tomar a vacina, isso não existe", afirmou Bolsonaro a apoiadores no Palácio da Alvorada. "Nós queremos é buscar solução para o caso. Pelo que tudo indica, todo mundo diz que a vacina que menos demorou até hoje foram quatro anos, não sei por que correr em cima dela."
Na semana passada, Bolsonaro desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e afirmou que o País não compraria uma vacina produzida por laboratório chinês em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. Nesta segunda-feira, o presidente deve conversar com o chefe da pasta sobre o assunto.
Nesta segunda, a farmacêutica AstraZeneca anunciou que a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford produz resposta imunológica similar em adultos mais velhos e mais jovens e tem reações adversas menores entre os idosos. Bolsonaro declarou que quer aguardar a comprovação, inclusive com publicação em revista científica, para decidir sobre a questão.
"O que a gente tem que fazer é não querer correr, é não querer atropelar. Não querer comprar desta ou daquela sem nenhuma comprovação ainda", declarou o mandatário ao fazer referência ao anúncio sobre a vacina de Oxford.
Citando medicamentos sem comprovação científica, o presidente da República questionou se não seria melhor investir na cura da covid-19 antes da vacinação. Bolsonaro foi um dos brasileiros que enfrentou a doença e diz ter sido curado por remédios que não tiveram a eficácia contra a covid comprovada pela ciência. No domingo, 25, o Brasil superou a marca de 157 mil mortes pelo novo coronavírus.
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