Alta de casos da covid faz PR adotar toque de recolher à noite; medida funciona?
O governo do Paraná impôs toque de recolher noturno na região leste do Estado em resposta à escalada de casos de covid-19 que sobrecarrega o sistema de saúde de Curitiba, região metropolitana e litoral. Medida semelhante também foi adotada por autoridades na Europa durante a pandemia. Ordenar que a população permaneça em casa à noite ajuda a frear a disseminação do coronavírus?
Especialistas ouvidos pelo Estadão afirmam que essa medida pode ser eficaz, mas precisa ser acompanhada por outras ações. Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, afirma que locais como bares e restaurantes, que têm movimentação à noite, são espaços de aglomeração que poderiam disseminar o vírus. "Temporariamente, o toque de recolher pode diminuir os casos. Se as pessoas têm contato mínimo, não há como transmitir. Mas não adianta fazer um fechamento rigoroso e depois voltar tudo ao normal", explica Granato, afirmando que os resultados de um possível toque de recolher no número de casos e óbitos apareceriam depois de duas semanas.
Para Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, o toque de recolher pode reverter a curva de casos e mortes. Mas a testagem, o rastreamento e o isolamento deveriam ocorrer em paralelo. "Em Curitiba, uma moça foi para uma balada, pegou o vírus e transmitiu para 18 pessoas, duas já foram a óbito", diz ele, lembrando um caso ocorrido na capital paranaense.
"Se uma testagem identificasse essa menina e ela ficasse isolada, a rede de contato dela seria interrompida", diz Alves. Para ele, a testagem em massa seria mais eficaz do que restringir segmentos econômicos dos municípios, incluindo aí a possibilidade de fechamento do comércio.
Na Itália, medida motivou protestos nas ruas
Países da Europa como Portugal, Itália e França adotaram o toque de recolher a partir de outubro, quando a segunda onda da doença se espalhou pelo continente. Após recorde de infecções em um dia - 20 mil em 24 horas -, o governo italiano voltou a adotar medidas mais rigorosas.
"O objetivo é claro: manter a curva de contágio sob controle, pois é a única maneira de controlar a pandemia sem sermos submersos", explicou o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte. As medidas, porém, não foram bem recebidas e manifestantes de extrema direita protestaram contra o toque de recolher e entraram em confronto com a tropa de choque no centro histórico de Roma.
"Isso vai nos destruir", disse à AFP Augusto d'Alfonsi, dono de um restaurante na capital. "Já perdemos 50% dos nossos clientes este ano. Sem ajuda do governo, estamos acabados", afirmou.
Especialistas ouvidos pelo Estadão afirmam que essa medida pode ser eficaz, mas precisa ser acompanhada por outras ações. Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, afirma que locais como bares e restaurantes, que têm movimentação à noite, são espaços de aglomeração que poderiam disseminar o vírus. "Temporariamente, o toque de recolher pode diminuir os casos. Se as pessoas têm contato mínimo, não há como transmitir. Mas não adianta fazer um fechamento rigoroso e depois voltar tudo ao normal", explica Granato, afirmando que os resultados de um possível toque de recolher no número de casos e óbitos apareceriam depois de duas semanas.
Para Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, o toque de recolher pode reverter a curva de casos e mortes. Mas a testagem, o rastreamento e o isolamento deveriam ocorrer em paralelo. "Em Curitiba, uma moça foi para uma balada, pegou o vírus e transmitiu para 18 pessoas, duas já foram a óbito", diz ele, lembrando um caso ocorrido na capital paranaense.
"Se uma testagem identificasse essa menina e ela ficasse isolada, a rede de contato dela seria interrompida", diz Alves. Para ele, a testagem em massa seria mais eficaz do que restringir segmentos econômicos dos municípios, incluindo aí a possibilidade de fechamento do comércio.
Na Itália, medida motivou protestos nas ruas
Países da Europa como Portugal, Itália e França adotaram o toque de recolher a partir de outubro, quando a segunda onda da doença se espalhou pelo continente. Após recorde de infecções em um dia - 20 mil em 24 horas -, o governo italiano voltou a adotar medidas mais rigorosas.
"O objetivo é claro: manter a curva de contágio sob controle, pois é a única maneira de controlar a pandemia sem sermos submersos", explicou o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte. As medidas, porém, não foram bem recebidas e manifestantes de extrema direita protestaram contra o toque de recolher e entraram em confronto com a tropa de choque no centro histórico de Roma.
"Isso vai nos destruir", disse à AFP Augusto d'Alfonsi, dono de um restaurante na capital. "Já perdemos 50% dos nossos clientes este ano. Sem ajuda do governo, estamos acabados", afirmou.
Renato Vieira
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