Acusado de importunação sexual, deputado diz que abraço foi 'gesto de gentileza'
Ao depor no Conselho de Ética da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania), acusado pela deputada Isa Penna (PSOL) de importunação sexual, disse que o abraço que deu na colega "foi um gesto de gentileza", e pediu desculpas "por qualquer tipo de constrangimento e ofensa". Na sessão, Isa Penna afirmou que foi "revitimizada".
O Conselho de Ética avalia se houve quebra de decoro parlamentar quando Cury, durante uma sessão plenária, abraçou Isa Penna por trás, tocando região próxima aos seios da deputada, que reagiu. A cena foi filmada pelas câmeras da Casa.
"O abraço que eu dei na deputada Isa Penna foi um gesto de gentileza porque eu iria interromper a conversa que ela estava tendo." Na ocasião, Isa Penna falava com o presidente da Alesp, Cauê Macris (PSDB).
"Eu queria aqui, mediante esse Conselho, fazer o que eu já fiz, no dia do fato ocorrido (...), queria mais uma vez pedir desculpas para a deputada Isa Penna por qualquer tipo de constrangimento e por qualquer tipo de ofensa que eu tenha causado naquela noite e naquela madrugada, em função desse evento", afirmou. Ele estendeu o pedido de desculpas ao Conselho e a todos os deputados.
Cury concordou que sua ação constrangeu Isa e disse que vai rever seu jeito de abraçar as pessoas. "Esse episódio me traz muito aprendizado, e a partir de hoje, inclusive, eu preciso rever esse comportamento, porque muitas das pessoas se sentem constrangidas com isso", disse o parlamentar. "Quer dizer que esse meu jeito hoje não é tolerado por grande parte das pessoas, que possam se sentir constrangidas e ofendidas através desse gesto, através desse carinho, através de um abraço, através de um beijo."
Grande parte do tempo da sessão foi usada para depoimentos solicitados pela defesa de Cury — mulheres que não estavam presentes no dia do episódio defenderam a índole de Cury. Algumas delas afirmaram que Isa havia "interpretado mal" os acontecimentos.
Foram ouvidas sete mulheres, além de um perito contratado pela equipe de Cury, que disse não ser possível afirmar que o parlamentar tenha tocado os seios da colega. A deputada Erica Malunguinho e o deputado Barros Munhoz (PSDB) solicitaram que o Conselho chame um perito próprio.
Na oitiva, após discussão, Isa Penna acusou o advogado de Cury de se aproveitar de questões regimentais para silenciar a sua fala, e afirmou que estava sendo "revitimizada".
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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