Para Bolsonaro, país está dividido e terá 'luta ferrenha' nas eleições de 2022
Em meio ao acirramento da rivalidade política com o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta quinta-feira (18), que existe uma "luta política ferrenha" para as eleições de 2022. Segundo ele, o país está "dividido" e aqueles que querem "derrubá-lo" não contribuem com soluções para o enfrentamento da pandemia da covid-19.
"Alguns querem que eu tome uma medida precipitada. O País está dividido. Há uma luta política ferrenha para 2022, ferrenha", disse Bolsonaro, ao comentar o combate à pandemia no País em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
Pesquisa divulgada na quarta-feira pelo Datafolha indicou que 54% dos entrevistados avaliam como ruim ou péssimo o desempenho do presidente na crise sanitária. Foi o maior patamar negativo para a atuação de Bolsonaro desde o início da pandemia. A pesquisa também mostrou queda na aprovação a Bolsonaro, com 22% considerando a gestão da pandemia ótima ou boa - frente a 26% da pesquisa de janeiro. Consideraram a gestão regular 24% e 1% optou por não opinar.
Na conversa com apoiadores, Bolsonaro citou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular as condenações do ex-presidente Lula na Lava Jato, o que tornou o petista elegível para a disputa eleitoral de 2022. Sem citar o nome de Lula, Bolsonaro disse que a decisão da Corte tornou elegível "um dos maiores bandidos que passou pelo Brasil".
O chefe do Executivo criticou as gestões petistas ao destacar o uso de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em projetos no exterior, além de prejuízos da Petrobras. "Deitaram e rolaram", comentou. "Agora, a gente está arrumando o negócio", disse em referência às ações do seu governo após as gestões do PT. "Os caras querem que meta o pé na porta. A gente não... Meter o pé na porta é ditadura. O povo brasileiro não conhece ditadura. Eles não sabem o que é ditadura", afirmou.
Ainda sem citar o nome de Lula, o presidente mencionou pesquisa em que o petista teria 30% de intenção de votos. Ele, contudo, minimizou a segurança de levantamentos do tipo. "Quem acredita em pesquisa no Brasil é outro desmiolado", declarou.
No dia 6 de março, quando Lula ainda estava inelegível, o jornal O Estado de S. Paulo divulgou levantamento feito pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria) sobre as eleições do ano que vem. A pesquisa mostrou que 50% dos entrevistados afirmaram que votariam com certeza ou poderiam votar em Lula se ele se candidatasse novamente à Presidência. Enquanto isso, 44% afirmaram que não o escolheriam de jeito nenhum. Bolsonaro aparece com 12 pontos porcentuais a menos no potencial de voto, com 38%, e 12 a mais na rejeição, 56%.
Uma outra pesquisa do Datafolha divulgada na quarta-feira indicou que 50% dos entrevistados são contra a abertura de um processo de impeachment pelo Congresso contra Bolsonaro, enquanto 46% dos ouvidos se posicionam a favor dessa possibilidade.
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