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Saúde faz acordo para trocar testes inválidos

Lorenna Rodrigues e Mateus Vargas

14/04/2021 08h00

O Ministério da Saúde chegou a um acordo para a troca de exames de diagnóstico da covid-19 que perderem a validade por produtos com prazos mais longos de uso. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a coreana Seegene, fabricante dos exames, aceitou fazer a reposição em nome do "bom relacionamento com o governo brasileiro" e também devido ao volume de compras já feito pelo ministério. A operação poderia incluir doação de parte dos novos testes.

A ideia, na Saúde, é distribuir 1,8 milhão de exames em maio, além de trocar parte do estoque que pode vencer. Segundo apurou o Estadão, há pelo menos 2 milhões de exames vencendo no próximo mês. O governo federal comprou 10 milhões de testes da Seegene em 2020, por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). O negócio custou R$ 423 milhões.

O Estadão revelou, em novembro passado, que cerca de 6,8 milhões de testes RT-PCR estavam prestes a vencer em armazém do Ministério da Saúde. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária renovou a validade dos lotes por mais 4 meses. Mais de 4 milhões de unidades foram distribuídas desde que o estoque foi revelado pela reportagem.

Trata-se do exame mais preciso para diagnóstico da covid-19, pois encontra o vírus ativo no organismo. A coleta do material dos pacientes é feita pelo nariz e pela garganta, por meio de um cotonete "swab".

Depois a amostra é analisada em laboratório. Há ainda dúvidas de gestores do SUS sobre o que o ministério fará após superar o estoque atual. Não há uma grande compra engatilhada, mas a Saúde pode voltar a adquirir produtos da Seegene.

O exame RT-PCR é complexo. Durante a pandemia, o ministério deixou faltar insumos usados no processo de coleta (como tubos e cotonetes do tipo "swab") e extração do RNA, que exige reagentes específicos. O governo chegou a traçar a meta de encerrar 2020 com mais de 24 milhões de exames desse tipo. Até agora foram feitos apenas 14,6 milhões.

Secretários de Estados e municípios também cobram do governo a compra de testes de antígeno, que são mais ágeis e têm boa qualidade. Em coletiva, ontem, o secretário executivo da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que esse tipo de exame pode passar a ser usado em uma estratégia de controle da doença no transporte urbano, com testagem entre passageiros e funcionários.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.