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STF: Moraes tira sigilo do inquérito sobre atuação de Salles em favor de madeireiras

Entre o material tornado público está a representação da PF que acusou "fortes indícios" de envolvimento de Salles em irregularidades - Lula Marques
Entre o material tornado público está a representação da PF que acusou 'fortes indícios' de envolvimento de Salles em irregularidades
Imagem: Lula Marques

Rayssa Motta, Pepita Ortega e Fausto Macedo

Do Estadão Conteúdo, em São Paulo

26/05/2021 22h06Atualizada em 27/05/2021 09h21

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), retirou hoje o sigilo da investigação da Polícia Federal sobre a participação de agentes públicos na exportação ilegal de madeira, que atinge o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. São quase 500 páginas, entre relatórios e representações policiais, decisões judiciais e termos de depoimento.

No despacho que tornou o material público, Moraes afirma que parte da documentação já havia sido divulgada na semana passada com a abertura da Operação Akuanduba, que fez buscas contra Salles e afastou o presidente do Ibama, Eduardo Bim, por 90 dias.

"É certo que o objeto da investigação conduzida nestes autos é de conhecimento público, circunstância que, neste caso específico, reforça a necessidade do levantamento parcial do sigilo", escreveu o ministro.

Entre o material tornado público está a representação da PF que acusou "fortes indícios" de envolvimento de Salles em irregularidades e apontou operações financeiras "suspeitas" do ministro do Meio Ambiente. No mesmo documento, a Polícia Federal também cravou que as provas reunidas na investigação já são suficientes para enquadrar Eduardo Bim pelos crimes de facilitação ao contrabando e advocacia administrativa.

Salles nega irregularidades e diz que Moraes foi "induzido ao erro" ao autorizar a operação, classificada por ele como "exagerada" e "desnecessária". O Ibama, por sua vez, diz que o inquérito é uma "farsa" e que o delegado Franco Perazzoni, responsável pelo caso, dirigiu depoimentos de servidores "engajados politicamente" e "forjou uma falsa narrativa".