Siglas da 3ª via não se destacam porque 'não têm partido político', diz Lula
Em entrevista à rádio Tribuna Norte na manhã desta quinta-feira, 17, o ex-presidente defendeu o lançamento de candidaturas diversas para o pleito de 2022 para dar ao povo o direito de escolha. "As pessoas ficam preocupadas com minha candidatura e reeleição do presidente. Eles (partidos) podem se lançar candidato, não tem que procurar um só, tem que lançar uns dez. Aí o povo vai votar, esse é o jogo democrático", defendeu.
"Vamos aguardar, não sei se vai ter 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª via. Quanto mais candidatos, o povo brasileiro vai ter mais escolha", declarou. Segundo o petista, a campanha de Ciro Gomes (PDT), que tem feito fortes críticas ao ex-presidente, é "como todas as candidaturas". "Ele tem direito a se candidatar, não posso ficar fazendo julgamento das pessoas".
Lula, que tem investido na construção política para apoio de sua candidatura no ano que vem, afirmou que "não fica procurando" a formação de alianças políticas, mas "a construção de pessoas que querem construir um programa para consertar o País". Segundo ele, uma possível aliança poderia acontecer, mas apenas no segundo turno. Conforme pondera, em um "País democrático", a disputa entre partidos é apenas momentânea.
"A gente constrói a força necessária para ganhar as eleições", afirmou. Para ele, uma aliança política pode ser um feito eleitoral para 2022, mas não significa uma relação a longo prazo. "O problema é que quando se constrói uma aliança política você tem que saber a diferença entre ganhar a eleição e governar".
Ao defender a polarização no cenário eleitoral e tecer fortes críticas a Jair Bolsonaro, o ex-presidente afirmou que "quer que a sociedade brasileira se manifeste" o que, para ele, significa que "o povo brasileiro está acordando". Apesar de se mostrar tendência a ir nas manifestações da oposição contra o presidente, programadas para sábado (19), Lula pontuou que sua presença ainda é incerta pois "não quero transformar um ato da sociedade brasileira em uma ato político eleitoral". "Minha participação pode ser explorada pelos meios de comunicação. Nunca me preocupei se o ato vai ter mil ou dez mil, é para protestar contra o genocida".
Questionado sobre as manifestações durante a pandemia da covid-19, Lula afirmou que os manifestantes da oposição "estão de máscara e dá pra ver que a maioria das pessoas tem álcool gel". Segundo ele, as diferenças entre as manifestações entre a oposição e as que Bolsonaro realiza é que as pessoas vão para a rua "de forma civilizada". "Bolsonaro vai pra rua sem máscara para agredir as pessoas".
Apesar do tom eleitoral, Lula manteve o discurso de que não decidiu se será candidato e manteve a defesa de que 2021 "não é de eleição, é um ano para reconstruir o Brasil". Para ele, antes de 2022, é preciso construir uma base de apoio entre os Estados. Mesmo apostando na incerteza da candidatura, a perspectiva para um governo não foge a Lula. Segundo ele, por já ter sido presidente, "(o País) vai ter na minha candidatura uma pessoa que sabe o que faz".
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