Chuvas no RS: Número de mortos chega a 100; há 128 desaparecidos
O número de mortos após chuvas no Rio Gande do Sul chegou a 100. A informação foi divulgada em boletim na manhã desta quarta-feira (8).
O que aconteceu
Há 128 desaparecidos e 372 feridos. Mais de um 1,4 milhão de pessoas foram afetadas pelas chuvas. Mais de 163 mil pessoas estão desalojadas e outras 66.761 foram acolhidas em abrigos.
Os dados foram confirmados pela Defesa Civil do estado. Outros quatro óbitos que podem ter relação com as chuvas estão sob investigação.
Ao todo, 417 dos 497 municípios gaúchos — ou seja, 83,9% deles — foram afetados pelas fortes chuvas. Veja fotos de antes e depois.
Nível da água desce, mas Defesa Civil orienta que moradores não voltem para áreas evacuadas
Medição da manhã desta quarta mostra 5,08 metros no nível do Guaíba, uma redução de 20 centímetros em menos de um dia. Ainda assim, o corpo d'água está mais de 2 metros acima do limite de inundação, que é de 3 metros. A referência é usada para indicar possíveis danos aos municípios.
Alerta da Defesa Civil orienta população a não voltar para áreas alagadas. O pedido vale para todos aqueles resgatados, principalmente na Região Metropolitana de Porto Alegre. "Esses locais estão, ainda, sob alto risco, seja relacionado à condição física, bem como ao risco à saúde humana pela transmissão de doenças", afirmou nota do órgão.
Porto Alegre tem 11.340 pessoas em abrigos e pediu doação de cobertores. A requisição foi feita pelo prefeito Sebastião Melo, já que uma frente fria se aproxima da região. Veja pontos de doação na capital neste link.
Cerca de 100 mil casas foram destruídas ou danificadas e o prejuízo é de R$ 4,6 bilhões, calcula a Confederação Nacional de Municípios. Dados são parciais, já que ainda há cidades submersas pela água onde danos não foram medidos.
Voos comerciais pousarão na Base Aérea de Canoas. O município deve suprir a demanda gerada pelo fechamento do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. A previsão é de que o aeroporto da capital fique fechado até 30 de maio. A princípio, Canoas receberá voos comerciais com ajuda humanitária. Depois, as aeronaves comerciais serão usadas para fazer a distribuição de mantimentos. Após as duas operações, um voo com cidadãos gaúchos que estavam fora do estado deve pousar na região.
Mais chuva é prevista para a região
Frente fria associada a ciclone extratropical na costa da Argentina causará chuva forte no estado. A movimentação ocorre a partir desta quarta-feira (8) e a situação deve piorar na sexta-feira (10). As previsões são é da agência meteorológica MetSul e do Climatempo.
Há risco de novos deslizamentos de terra e quedas de barreiras em rodovias. Novos alagamentos devem ser registrados, o que pode piorar a situação das cidades que ainda contabilizam danos para as enchentes.
A chuva deve se concentrar em pontos do Norte e Nordeste do estado, sobretudo na região da Serra. Para os próximos dias, estão previstos de 100 mm a 200 mm de chuva.
Apesar do volume de chuva não ser considerado extremo, ele atingirá as cabeceiras de vários rios, que deságuam no Guaíba. A MetSul ressalta que o ciclone que atinge a Argentina não vai se aproximar do Rio Grande do Sul. Tempo deve voltar a melhorar entre a terça-feira (14) e a quarta-feira (15).
Falta energia, água e sinal de telefonia
Há 543.776 casas sem água. O número foi divulgado pela Companhia Riograndense de Saneamento em balanço da manhã desta quarta (9). A fábrica da Ambev em Viamão (RS) parou a produção de cervejas para envasar água potável e distribuir à população.
Falta energia em pelo menos 408 mil residências e pelo menos 31 municípios do estado estão sem serviços de telefonia e internet. Parte do fornecimento de energia foi cortado por segurança de pessoas ilhadas e equipes de resgate.
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