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Renan abre possibilidade para, 'se puder', CPI investigar Bolsonaro

"Nós estamos numa situação difícil porque tem um louco na presidência da República", disse Renan Calheiros - Jefferson Rudy/Agência Senado
'Nós estamos numa situação difícil porque tem um louco na presidência da República', disse Renan Calheiros Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Amanda Pupo e Daniel Weterman

Em Brasília

18/06/2021 13h04Atualizada em 18/06/2021 13h46

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou hoje que avalia incluir o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como investigado.

Os integrantes da CPI responsabilizam o chefe do Planalto pelo descontrole da pandemia do novo coronavírus no Brasil por apostar na imunidade de rebanho, confrontar estados e municípios, incentivar tratamento com medicamentos sem eficácia comprovada e promover atos na contramão de evidências científicas.

Hoje, Renan anunciou 14 pessoas como investigadas pela CPI, a maioria delas ligadas a Bolsonaro, incluindo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

A lista poderá aumentar, disse o relator, e passar a incluir o próprio presidente da República. A CPI avalia que não pode convocar Bolsonaro para depor, mas, sim, estuda enviar perguntas por escrito em algum momento. De qualquer forma, o relator afirmou que a investigação deve responsabilizar o chefe do Planalto.

"Não podendo investigar, mas, em aparecendo, como tem aparecido, fatos óbvios, a CPI vai ter que responsabilizar porque diante de provas não há como não responsabilizar. Seria um não cumprimento do nosso papel. Mas, se puder investigar, se a competência nos permitir, nós vamos investigar, sim", disse o relator em coletiva de imprensa no Senado.

O relator relacionou a postura de Bolsonaro à de um genocida e classificou o governo como "autoritário". "Nós estamos numa situação difícil porque tem um louco na presidência da República que todo dia atenta contra os brasileiros", disse Renan.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.