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Câmara de SP aprova projeto de 'retrofit' no Centro, com isenções para reformas de prédios

Centro histórico de São Paulo visto do mirante do Edifício Martinelli, uma das opções para observar a cidade do alto - Eduardo Vessoni/UOL
Centro histórico de São Paulo visto do mirante do Edifício Martinelli, uma das opções para observar a cidade do alto Imagem: Eduardo Vessoni/UOL

São Paulo

17/07/2021 12h10

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, na noite desta sexta-feira, 16, um projeto da gestão Ricardo Nunes (MDB) com incentivos e isenções fiscais para a readequação e a transformação de edifícios do Centro em residenciais.

O projeto teve 39 votos favoráveis e 14 contrários, e segue agora para sanção. O PL havia passado da semana passada pela primeira votação, sob críticas de entidades pela tramitação em caráter de urgência e a falta de discussão nos conselhos municipais.

Chamado Requalifica Centro, o PL aprovado promove o chamado "retrofit", isto é, a modernização ou adequação de imóveis para os parâmetros atuais de segurança, acessibilidade, salubridade e afins, permitindo por vezes o aumento de área construída, com foco especialmente na conversão de uso do comercial para o residencial. É voltado exclusivamente às construções existentes ou licenciadas antes de 23 de setembro de 1992.

A proposta aprovada abrange uma parte dos distritos Sé, República e Santa Cecília, em um perímetro formado pela Rua Mauá, a Avenida do Estado, a Rua Tabatinguera, a Praça Doutor João Mendes, a Rua Dona Maria Paula, os Viadutos Dona Paulina, Jacareí e Nove de Julho, as Avenidas São Luís e Ipiranga e a Rua Cásper Líbero.

O território tem um total de 3 quilômetros quadrados, com um perímetro "especial" de maiores incentivos fiscais, no entorno da Cracolândia, no qual a isenção de IPTU prevista é maior (10 anos em vez de três anos, como o proposto para o restante).

O Requalifica Centro passou em primeira votação com 38 votos favoráveis (o mínimo necessário era 37), seis abstenções (bancada do PT) e seis contrários (bancada do PSOL) na madrugada do dia 8. Ele passou por audiência pública marcada naquela mesma semana no sábado, 10, após o feriado de 9 de julho.

A falta de apresentação nos conselhos municipais relacionados ao tema, a participação popular considerada insuficiente e a não apresentação de estudos técnicos de impacto foram pontos criticados em relação ao projeto.

Embora o retrofit em si seja entendido como necessário para a região, entidades e especialistas defendiam que a segunda votação deveria ser suspensa para permitir análise adequada e adaptações no texto - o que não ocorreu.

Na última semana, outros dois projetos urbanísticos da gestão municipal foram aprovados em primeira votação, ambos igualmente voltados à região central. Um deles é o Plano de Intervenção Urbana (PIU) Setor Central, que estava na Câmara desde novembro passado, e o outro é a Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí, enviada ao Legislativo em 2015, ainda na gestão Fernando Haddad (PT).Esses projetos devem passar por segunda votação após o recesso.

A gestão Nunes diz haver urgência na aprovação de projetos urbanísticos para o Centro, cuja situação foi agravada pela pandemia. Também argumenta que as propostas "seguiram os ritos participativos da Prefeitura, com diversas audiências públicas e debates".