Bolsonaro defende eleições limpas e diz que não aceitará 'farsa'
"Não aceitaremos uma farsa", acrescentou Bolsonaro a uma plateia de apoiadores, sem se aprofundar na questão do voto impresso. Na última quinta-feira, o presidente havia apresentado, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, uma mistura de fake news, vídeos descontextualizados que circulam há anos na internet e análises enviesadas sobre números oficiais da apuração dos votos para atacar o atual sistema. Ao mesmo tempo, admitiu não ter provas, mas sim "indícios" de irregularidades.
Bolsonaro e seu grupo político defendem eleições com o uso de papel, como forma de garantir que não haja fraudes - embora o sistema eletrônico não tenha apresentado fraudes desde que foi lançado.
No evento de hoje, Bolsonaro disse desejar a democracia. Logo em seguida, qualificou a palavra utilizada ("democracia") ao acrescentar: "Mas repito, eleições democráticas".
Nas últimas semanas, tanto Bolsonaro quanto os membros mais fiéis do governo têm intensificado as declarações em defesa da mudança do sistema de votação. Para a oposição e para analistas políticos, a estratégia busca abrir espaço para que Bolsonaro e seus apoiadores questionem uma eventual derrota na eleição presidencial de 2022.
Como o Estadão revelou na semana passada, o ministro da Defesa, general de Exército da reserva Walter Souza Braga Netto, mandou recado à cúpula do Congresso de que não haveria eleições sem voto impresso. O próprio presidente ameaçou: "Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições". Bolsonaro abriu uma crise e foi rebatido por autoridades do Legislativo e do Judiciário.
Bolsonaro participou neste sábado de passeio de motocicletas em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Nesta tarde, ele visita um hospital na cidade e se reúne com prefeitos da região.
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