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Mourão nega renúncia e diz que segue no governo Bolsonaro 'até o fim'

General Hamilton Mourão, vice-presidente da República - Foto: Adnilton Farias/Flickr
General Hamilton Mourão, vice-presidente da República Imagem: Foto: Adnilton Farias/Flickr

Daniel Weterman

Em Brasília

31/07/2021 14h49

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) publicou hoje uma postagem no Twitter para afastar a possibilidade de renúncia ao cargo e dizer que continuará a exercer o posto de vice do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "até o fim", apesar de acumular atritos com o chefe do Planalto.

Na última segunda-feira (26), Bolsonaro fez críticas à atuação do vice e afirmou que "por vezes" ele atrapalha o governo. Em entrevista à rádio Arapuan, da Paraíba, o presidente disse que a função de vice é similar a do cunhado: "Você casa e tem que aturar, não pode mandar embora", afirmou.

Conforme a CNN informou, Mourão foi aconselhado por um general da reserva próximo a ele no início desta semana a renunciar ao cargo. Mourão teria respondido que não seria ainda o momento para deixar o governo.

O vice-presidente, escolhido por Bolsonaro para compor a chapa da candidatura presidencial em 2018, tenta agora emplacar uma candidatura ao Senado no próximo ano e já flertou com a possibilidade de se lançar ao governo do Rio Grande do Sul.

A relação entre o presidente e o vice ficou mais complicada após Bolsonaro anunciar o senador Ciro Nogueira (PP-PI) como ministro-chefe da Casa Civil, levando um dos caciques do Centrão para o Palácio do Planalto.

Na semana passada, ao comentar a escolha, Mourão disse que parte dos eleitores de Bolsonaro, aqueles que teriam votado no presidente por uma questão programática, "podem até se sentir um pouco confundidos".

No Executivo, o vice-presidente ficou responsável por conduzir as ações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia, após pressão internacional sobre o Brasil, mas viu sua função ficar esvaziada. Em abril, a operação Verde Brasil, coordenada por ele, foi encerrada.

Além disso, Mourão ficou de fora das reuniões ministeriais promovidas por Bolsonaro no Planalto, até voltar a ser chamado para as conversas no início do mês.