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Marconny diz que não é 'foragido da CPI' e que vai prestar depoimento

Marconny Faria faltou ao depoimento marcado para a última quinta-feira  - Pedro França/Agência Senado
Marconny Faria faltou ao depoimento marcado para a última quinta-feira Imagem: Pedro França/Agência Senado

Julia Affonso e Fausto Macedo

06/09/2021 20h38

Marconny Albernaz de Faria, investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, afirmou nesta segunda-feira, 6, que vai ao Senado nesta semana para confirmar sua convocação para depor e seu "desejo de prestar todos os esclarecimentos". Faria faltou ao depoimento que estava marcado para a quinta-feira, 2.

Ele enviou um atestado à CPI, informando que estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Segundo a comissão, o lobista recebeu um atestado médico para 20 dias por "dor pélvica". O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que Faria é "o senhor de todos os lobbies" no Ministério da Saúde.

Em longa nota, o lobista afirmou que não é "um foragido da CPI". "Sequer fui intimado. Estou à disposição da comissão para prestar depoimento na data designada", disse Faria.

"Esta semana mesmo comparecerei ao Senado para confirmar minha convocação e meu desejo de prestar todos os esclarecimentos à CPI."

A defesa de Marconny Faria chegou a ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir um aval para que ele pudesse faltar à oitiva. A ministra Cármen Lúcia permitiu, em sua decisão, que o lobista ficasse em silêncio, mas o obrigou a comparecer ao depoimento.

O nome do Marconny Albernaz de Faria surgiu na CPI após o Ministério Público Federal, no Pará, compartilhar dados do celular dele com os senadores. O aparelho telefônico do lobista foi apreendido em outubro do ano passado. Ele afirmou, na nota, que seu sigilo foi quebrado "sem qualquer autorização judicial".

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.